Rio de Janeiro, 22 de Novembro de 2024

Lula prepara ofensiva para melhorar seu conceito junto a evangélicos

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Quinta, 08 de Setembro de 2022 às 12:38, por: CdB

O documento, intitulado: "É tempo de esperança, o Brasil tem jeito - o que os evangélicos realmente querem para o Brasil”, traz na capa uma mão em forma de um vaso para uma planta que começa a germinar. Os executivos da campanha esperam, colher frutos eleitorais com o material distribuído por todos os Estados brasileiros.

Por Redação, com RBA - de São Paulo
O presidenciável petista, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seu núcleo de campanha preparam uma série de ações junto ao eleitorado evangélico, para reduzir o impacto negativo de sua candidatura em um segmento que se inclina ao principal adversário, o presidente Jair Bolsonaro (PL). Lula se encontra diante de um desafio similar à última vez que concorreu ao Planalto. O líder popular reedita, agora, a mesma estratégia que usou em 2002, quando produziu um panfleto que chamou de Carta aos Evangélicos — espécie de versão religiosa da Carta ao Povo Brasileiro, o famoso documento que ofereceu para serenar os ânimos do mercado, temeroso com uma vitória sua.
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Bolsonaro conta com o apoio de líderes evangélicos como o bispo Edir Macedo (E)
O documento, intitulado: "É tempo de esperança, o Brasil tem jeito - o que os evangélicos realmente querem para o Brasil”, traz na capa uma mão em forma de um vaso para uma planta que começa a germinar. Os executivos da campanha espera, colher frutos eleitorais com o material que, segundo o pastor presbiteriano Luis Sabanay, coordenador do Núcleo de Evangélicos do PT, teve uma primeira tiragem de um milhão de panfletos, escoados para todos os Estados do país.

Versículos

A distribuição vai priorizar corredores de ônibus, estações de metrô e locais de grande circulação, afirma Sabanay. A meta é "desmentir o discurso da 'falsa moral' da campanha evangélica de Bolsonaro”. Versículos bíblicos dos livros de Salmos, Mateus, Romanos, Eclesiastes, Gálatas, Timóteo e Provérbios servem de espinha dorsal para o texto. É a partir deles que a coligação introduz temas fulcrais da campanha, como educação e fome, mas também tópicos mais sensíveis a evangélicos. "Queremos a defesa da família", diz um dos itens. A mensagem começa com uma passagem de Provérbios: "Os filhos dos filhos são uma coroa para os idosos, e os pais são o orgulho dos seus filhos". O textinho que segue afirma que valores e família são pontos centrais para Lula e seu vice, Geraldo Alckmin (PSB). Outro trecho aborda a liberdade religiosa, que, na narrativa bolsonarista, estaria sob ameaça com Lula. Um versículo de Gálatas ("não useis da liberdade para dar ocasião à carne, antes pelo amor servi-vos uns aos outros") envolve a ideia de que é preciso refutar a política como "espaço de ódio”. Para Lula e Alckmin, "discípulos de Jesus", fazer política seria um "ato de amor, não um instrumento de violência”.

Encontro

Nestas últimas semanas antes das eleições, a campanha intensificou ações que buscam estancar a sangria no voto evangélico. Tenta impulsionar, em aplicativos de conversa, uma corrente em que cada pessoa precisa explicar "para três amigos religiosos" que Lula sancionou leis simpáticas a evangélicos e jamais quis fechar templos. O ex-presidente participará, nesta sexta-feira, de seu primeiro encontro com evangélicos na corrida eleitoral, em São Gonçalo, na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro. O pastor Paulo Marcelo, candidato a deputado federal pelo Solidariedade, legenda que endossa Lula, será um dos presentes.
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