“Por essa razão, a viagem à Europa, prevista para segunda-feira, não será realizada neste momento. A agenda em questão será retomada oportunamente”, afirmou a pasta, em nota à imprensa.
Por Redação – de Brasília
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pediu que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, permaneça no país por enquanto, para manobrar de perto a alta do dólar, que se mostrou consistente nos últimos dias. Assim, Haddad desistiu de ir à Europa nesta semana, conforme confirmado pela assessoria da pasta, neste domingo. Haddad viajaria nesta segunda-feira.
Segundo o Ministério da Fazenda, Haddad dedicará a semana a temas domésticos, o que exigiu a suspensão da agenda internacional, que incluía reuniões com investidores em Paris, Londres, Berlim e Bruxelas.
“Por essa razão, a viagem à Europa, prevista para segunda-feira, não será realizada neste momento. A agenda em questão será retomada oportunamente”, afirmou a pasta, em nota à imprensa.
Reações
Há duas semanas, a equipe econômica do governo debate alternativas para um aguardado pacote de corte de gastos, que visa fortalecer a credibilidade fiscal do governo e atender as expectativas do mercado. No entanto, a indefinição sobre a aplicação dessas medidas gerou reações negativas, e a moeda norte-americana encerrou a última sexta-feira cotada a R$ 5,8698, com alta de 1,53% no dia, elevando as preocupações sobre o impacto no custo de vida dos brasileiros e na previsibilidade para investimentos.
Além do câmbio, os juros futuros para 2027, um importante indicador da confiança do mercado, já superam os 13% ao ano. Essa tendência reflete a inquietação do mercado financeiro, que aguarda respostas concretas da equipe econômica sobre as políticas fiscais e sobre como o governo planeja lidar com o aumento da dívida pública.
Fontes próximas ao governo têm dito a interlocutores que, apesar de ser esperada a divulgação das medidas de corte de gastos logo após o segundo turno das eleições, ainda não há uma data confirmada. A pressão, no entanto, vem aumentando, e a permanência de Haddad no Brasil sinaliza um esforço para priorizar os ajustes internos e atender às demandas de estabilização fiscal em meio a uma conjuntura global desafiadora.