A nomeação de Amaro dos Santos, no entanto, apenas agiliza a reformulação pela qual o Gabinete passa desde a renúncia de seu antecessor, o também general Gonçalves Dias (GDias), na semana passada. O militar agora na direção do GSI já esteve no cargo durante o segundo governo Dilma Rousseff, de janeiro de 2015 a maio de 2016.
Por Redação - de Brasília
O comando do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República passou a funcionar, a partir desta sexta-feira, sob o comando do general Marcos Antônio Amaro dos Santos. Sua presença no cargo, após a publicação do decreto que o nomeia no Diário Oficial da União (D.O.U), encerra a discussão sobre a permanência do setor sob a égide das Forças Armadas.
A nomeação de Amaro dos Santos, no entanto, apenas agiliza a reformulação pela qual o Gabinete passa desde a renúncia de seu antecessor, o também general Gonçalves Dias (GDias), na semana passada. O militar agora na direção do GSI já esteve no cargo durante o segundo governo Dilma Rousseff, de janeiro de 2015 a maio de 2016, quando ainda se chamava Casa Militar e não tinha status de ministério.
Até esta manhã, na transmissão do cargo, quem ocupava a cadeira de forma interina era o jornalista Ricardo Capelli que, na véspera, exonerou 58 servidores do Gabinete. Na antevéspera, foram 29 embora, totalizando a dispensa de 87 servidores. O Palácio do Planalto avalia, ainda, a necessidade de uma terceira rodada, nos próximos dias, com aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Invasões
A desmilitarização de cargos no Palácio do Planalto vem acontecendo desde o começo do governo Lula, ganhou impulso nas invasões de 8 de janeiro e recebeu ainda maior estímulo agora, depois que imagens supostamente mostrando o então ministro-chefe do GSI, general Gonçalves Dias, abrindo a porta para manifestantes no dia das invasões vieram a público.
O ocorrido culminou na demissão de GDias, embora mantenha uma amizade com o presidente da República por mais de 20 anos. Em meio às investigações, no entanto, Capelli alertou aos jornalistas que "as imagens entregues (ao canal norte-americano de TV) CNN Brasil foram editadas”.
— Inverteram a ordem cronológica dos acontecimentos, induzindo o espectador a uma falsa percepção sobre a conduta do chefe anterior do GSI — reparou o ministro interino.
Defesa
Para o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (SECOM), Paulo Pimenta, o GSI "estava contaminado" por bolsonaristas, e Pimenta acredita que o "erro" de Gonçalves foi não ter "feito com rapidez a faxina que deveria ter sido feita" na pasta para exonerar militares ligados à gestão de Jair Bolsonaro (PL).
— O GSI infelizmente estava contaminado. Se houve erro cometido pelo Dias foi de não ter feito com rapidez a faxina que deveria ter sido feita. Ele é uma pessoa honrada e leal ao Lula — afirmou o ministro.
Pimenta também falou sobre a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que vai investigar os acontecimentos daquele 8 de janeiro. Para o ministro, a CPMI será importante para dar agilidade às investigações e dará a "oportunidade de a gente passar a limpo essa história toda".
— A comissão vai ser uma oportunidade de trazer os financiadores para depor, quebrar os sigilos dos financiadores, identificar os organizadores, responsabilizar criminalmente todos que incentivaram, organizaram e possibilitaram que essa ação criminosa tenha ocorrido, inclusive parlamentares — resumiu.