Biden ouviu do colega brasileiro, conforme apurou a reportagem do Correio do Brasil, no final desta tarde, que aguarda o posicionamento do assessor especial da Presidência da República que retornou de Caracas, nesta terça-feira, o diplomata Celso Amorim, sobre a lisura das eleições venezuelanas.
Por Redação – de Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seu homônimo norte-americano, Joe Biden, conversaram por telefone nesta terça-feira sobre as eleições venezuelanas, de acordo com duas fontes ouvidas pela agência inglesa de notícias Reuters. O telefonema, que foi um pedido dos Estados Unidos, foi incluído formalmente na agenda do presidente nesta manhã para às 15h30.
Biden ouviu do colega brasileiro, conforme apurou a reportagem do Correio do Brasil, no final desta tarde, que aguarda o posicionamento do assessor especial da Presidência da República que retornou de Caracas, nesta terça-feira, o diplomata Celso Amorim, sobre a lisura das eleições venezuelanas. Amorim pediu à autoridade eleitoral do país vizinho que libere os boletins de urna para aferição, antes de se pronunciar sobre o resultado que reelegeu o presidente Nicolás Maduro, para o terceiro mandato.
Lula disse ainda ao presidente dos Estados Unidos que o Brasil trabalha pela normalização do processo político na Venezuela, e destacou a importância da divulgação das atas das mesas eleitorais do país.
“Sobre Venezuela, Lula observou que tem mantido acompanhamento permanente do processo eleitoral por meio de seu assessor especial, Celso Amorim, enviado a Caracas. Informou que Amorim esteve com Nicolás Maduro e Edmundo González Urrutia e reiterou a posição do Brasil de seguir trabalhando pela normalização do processo político no país vizinho, que terá efeitos positivo para toda a região”, disse a nota da Secom.
Maduro teve sua vitória declarada, mas o Conselho Nacional Eleitoral não apresentou as atas da eleição e o resultado formal foi contestado pela oposição e não foi reconhecido, ainda, pelo Brasil e os Estados Unidos.
Coletiva
Ainda nesta manhã, o governo Biden manteve o ponto de vista que a manipulação eleitoral retirou qualquer credibilidade à reivindicação de reeleição do presidente Maduro, e Washington volta a preparar novas sanções contra o país sul-americano.
Altos funcionários dos EUA, em uma coletiva sobre a eleição de domingo, intensificaram na véspera a resposta de Washington ao voto contestado, no qual a autoridade eleitoral da Venezuela declarou que Maduro havia vencido um terceiro mandato.
Os EUA e vários outros governos lançaram dúvidas sobre a contagem oficial dos votos. O rival de Maduro, Edmundo Gonzalez, afirmou ser o verdadeiro vencedor.
Sanções
Os funcionários dos EUA, falando sob condição de anonimato, amplificaram as demandas públicas dos principais assessores do presidente Joe Biden para que Maduro publique uma tabulação detalhada dos votos e disseram que a falha em fazê-lo deixaria a comunidade internacional relutante em aceitar o resultado anunciado.
Os funcionários não revelaram novas medidas punitivas, mas disseram que Washington avaliaria sua política de sanções em relação à Venezuela.
— Estamos diante de um cenário potencialmente novo. Vamos levar isso em consideração enquanto traçamos nossos próximos passos em relação às sanções contra a Venezuela — disse um assessor da Casa Branca.