Lula voltou a contar detalhes da conversa telefônica que teve com Trump na segunda-feira.
Por Redação, com ABr – de São Paulo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta sexta-feira, que ele e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, conseguiram estabelecer uma “relação que nunca deveria ser truncada”. A declaração dele foi feita no lançamento do novo modelo de crédito imobiliário, no Centro de Convenções Rebouças, na capital paulista.

— Acho que a gente estabeleceu uma relação que nunca deveria ter sido truncada porque eu nunca tratei um presidente de outro país ideologicamente. Quem tem que tratar ideologicamente é o povo que elegeu ele, eu não — afirmou o presidente.
Lula voltou a contar detalhes da conversa telefônica que teve com Trump na segunda-feira.
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O presidente brasileiro disse ao norte-americano que não se podia ter “discórdia e desavenças” entre os países, dada a importância do Brasil e dos Estados Unidos no cenário geopolítico.
— Nós dois temos 80 anos e governamos as duas maiores democracias do ocidente. A gente não pode passar discórdia e desavença para o restante do mundo. A gente precisa passar harmonia — declarou.
O líder petista voltou a rebater críticas de que ele teria demorado a tentar estabelecer um contato com Trump. Segundo o presidente, ninguém respeita um “lambe-botas” e que, diante do tarifaço, propôs um aumento do fluxo comercial do Brasil com a China e outros países.
— Ninguém respeita quem não se respeita. Se você acha que lamber botas te ajuda, você vai cair do cavalo. As pessoas respeitam quando elas percebem que você tem autoridade moral e caráter — acrescentou Lula.
Liderança
A proeminência do líder brasileiro, tanto no cenário internacional quanto internamente, o leva à liderança inconteste no cenário político. É o que afirmou ao site de notícias Brasil de Fato (BdF), nesta sexta-feira, o cientista político Paulo Niccoli Ramirez, tornando-o em 2026 como favorito à reeleição.
Ramirez afirmou que, embora ainda falte um ano para o pleito, “Lula já desponta como franco favorito”, impulsionado tanto pela recuperação da popularidade quanto pela “incapacidade dos grupos de direita de apresentarem uma política coerente com o país”.
Segundo Ramirez, episódios recentes no Congresso contribuíram para o fortalecimento do presidente.
— Nós vimos (recentemente), mais uma vez, o Congresso dando um tiro no pé. Apesar de não ter sido aprovada a taxação dos mais ricos, ficou evidente para a população que o Congresso é dominado por grupos de direita, empresários, evangélicos, que estão nem um pouco interessados com os problemas do país e dos mais pobres — resumiu o comentarista.