“O problema é que o Bolsonaro é a própria crise. Um cara que tuíta fakenews, ele só quer continuar enchendo a sociedade de mentira. Ele (Bolsonaro) dificulta quando ele deveria facilitar. Cria caso quando deveria dar solução”, escreveu o ex-presidente.
Por Redação - de Brasília e São Paulo
Longe do público por alguns dias, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a se pronunciar, nesta quinta-feira, pelas redes sociais, para deixar uma dura crítica ao mandatário neofascista Jair Bolsonaro (sem partido). Lula aponta as mentiras disseminadas e a quebra da quarentena exigida contra a pandemia do vírus Sars-CoV-2.
“O problema é que o Bolsonaro é a própria crise. Um cara que tuíta fakenews, ele só quer continuar enchendo a sociedade de mentira. Ele (Bolsonaro) dificulta quando ele deveria facilitar. Cria caso quando deveria dar solução”, escreveu o ex-presidente.
Lula expôs o fato de Bolsonaro realizar ações irresponsáveis, como a disseminação de notícias falsas e o desconhecimento à letalidade do novo coronavírus, para gerar um ambiente de caos no país. Segundo Lula, Bolsonaro encontra-se isolado, contando apenas com apoio de setores do exército e de seu filho Carlos, o Carluxo ou ’02', que se tornou seu assessor direto no Palácio do Planalto.
Doria e Lula
Diante da polarização em que se encontra o país, Lula colocou em marcha o plano de aglutinar forças políticas, desde a centro-esquerda à direita mais radical, para enfrentar a pandemia do novo coronavírus. Lula e o governador de São Paulo, João Doria, aproximaram-se no discurso, pelas redes sociais.
Enquanto o petista, em suas redes sociais, elogiava o empenho de Doria no combate à pandemia, o governador respondia:
“Temos muitas diferenças. Mas agora não é hora de expor discordâncias. O vírus não escolhe ideologia nem partidos”.
Em sua mensagem, Lula ressaltou o papel positivo que Doria vem desempenhando no combate ao vírus.
“A gente tem que reconhecer quem está fazendo um trabalho sério nesta crise”, disse ele.
Solução
Doria sempre foi um dos maiores críticos do ex-presidente, com campanha explícita pela prisão do líder petista, chamando-o diversas vezes de ladrão. O governador paulista eleito na onda do “BolsoDoria”, em dobradinha com Bolsonaro, de quem hoje mantém uma distância segura, após romper politicamente, em público. A crise entre Bolsonaro e Doria se intensificou-se após o mandatário subestimar a síndrome da covid-19 e atacar diretamente Doria, dizendo que sua atuação no combate ao coronavírus não passava de “marketing eleitoreiro”.
Lula e Doria, no entanto, não estão sozinhos na missão de afastar do poder a maior ameaça à democracia brasileira, desde o golpe de Estado de 1964. O senador Renan Calheiros (MDB-AL) também se mobiliza para encontrar uma solução de continuidade ao atual governo. Em conversa recente com aliados, o senador alagoano apontou que o caminho mais curto para neutralizar Bolsonaro está no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Segundo o emedebista, a Corte tem poderes para cassar a chapa presidencial, e não o Congresso, onde se avolumam os processos de impeachment. Os pedidos de impeachment de Bolsonaro aumentaram de maneira significativo nas últimas duas semanas, após o ocupante do Planalto pedir que a população saia do isolamento social e retorne ao trabalho.