Ainda na reunião com sindicalistas, que reivindicam um aumento do salário mínimo, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, anunciou a criação de três grupos de trabalho que discutirão uma regra fixa para reajuste do salário mínimo, mudanças na legislação trabalhista e novas regras para a negociação coletiva entre trabalhadores e empresas.
Por Redação - de Brasília
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a condenar, nesta quarta-feira, durante encontro com líderes de centrais sindicais, os atos terroristas às sedes dos Três Poderes no último dia 8 de janeiro. Os ataques aos prédios públicos foram conduzidos por "gente preparada”, segundo Lula, que aponta a culpa de Jair Bolsonaro (PL) no episódio.
— Eles não se contentaram. Depois da nossa posse maravilhosa, depois de uma negra catadora de papel colocar a faixa no meu pescoço, eles esperaram uma semana e tentaram dar um golpe. O que houve aqui foi uma tentativa de golpe, uma tentativa de golpe com gente preparada — afirmou o presidente.
Lula preferiu não acusar, diretamente, o antecessor, embora acredite “que ele tem culpa”.
— Ele (Bolsonaro) passou quatro anos instigando o povo a ter ódio, mentindo para a sociedade brasileira e instigando que o povo tinha que estar armado para poder garantir a democracia — afirmou.
Legislação
Em seu discurso, Lula exaltou o Estado democrático e de direito.
— Democracia a gente garante com cultura, com livro, com debate, com educação, com comida, com emprego. Não adianta falar em democracia para o povo se ele fala ‘eu quero saber quem é que vai me dar comida’. O povo não gosta de viver de favor, o povo gosta de viver às custas do seu trabalho. E é isso que o Estado tem que ter preocupação de fazer — acrescentou.
Ainda na reunião com sindicalistas, que reivindicam um aumento do salário mínimo, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, anunciou a criação de três grupos de trabalho que discutirão uma regra fixa para reajuste do salário mínimo, mudanças na legislação trabalhista e novas regras para a negociação coletiva entre trabalhadores e empresas.
Estrutura
O presidente falou em "construir uma nova estrutura sindical", garantir a trabalhadores direitos e seguridade em uma "economia diferente" e prometeu levar adiante os planos de mudança no Imposto de Renda.
Segundo Lula, não há qualquer intenção de retomar a legislação trabalhista do século passado, mas disse ser preciso estabelecer uma "nova relação entre capital e trabalho".
— Queremos construir uma nova estrutura sindical. Queremos construir os novos direitos que nós queremos constituir em uma economia totalmente diferente da economia dos anos 80. O mundo do trabalho mudou muito, cresceu o trabalho avulso, o bico. (Mas) nós não queremos que o trabalhador seja um eterno fazedor de bico. Queremos que o trabalhador tenha direitos garantidos e que ele tenha um sistema de seguridade social que o proteja no momento de desgraça, que acontece — concluiu.