A concentração de riqueza nas mãos de poucos, segundo o presidente, agrava os problemas sociais, enquanto a distribuição equitativa de renda tem a capacidade de promover a melhora da qualidade de vida da população.
Por Redação – de Brasília
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), comemorava nesta quarta-feira o desempenho econômico do país, que superou as projeções feitas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Durante a abertura do Encontro Nacional da Indústria, nesta manhã, Lula disse que a distribuição de riquezas funciona como um motor para o crescimento econômico e social do país.
— As perspectivas de crescimento do Brasil eram as mais pessimistas possíveis. Em janeiro de 2023, fui a Hiroshima na reunião do G7 e, no encontro com a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional, ela disse que o Brasil não passaria de 0,8% de crescimento do PIB. Aos poucos, fomos preparando o Brasil para surpreender o mundo e também muitas pessoas aqui dentro do país, e a economia cresceu 2,9% — sublinhou.
A concentração de riqueza nas mãos de poucos, segundo o presidente, agrava os problemas sociais, enquanto a distribuição equitativa de renda tem a capacidade de promover a melhora da qualidade de vida da população.
— Muito dinheiro na mão de poucos significa concentração de miséria, analfabetismo, desnutrição, desemprego, significa tudo o que não presta. Ao contrário, muito dinheiro na mão de muitos significa o desenvolvimento mais equânime de uma sociedade. O dinheiro precisa circular nas mãos de muito mais gente para que possa significar crescimento econômico, distribuição de riqueza e melhoria na qualidade de vida das pessoas — constata.
Infraestrutura
Em linha com o raciocínio do líder brasileiro, sob sua gestão o Brasil sobe na confiança do setor privado, um dado refletido nos números projetados para investimentos em infraestrutura. Números divulgados pela Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib) mostram que o volume de investimentos privados no setor deve chegar a R$ 372,3 bilhões entre 2025 e 2029, um aumento de 63,4% em relação ao ciclo anterior (2024-2028).
Os dados, que constam no ‘Livro Azul da Infraestrutura’, publicação anual da Abdib, revelam que o crescimento expressivo é atribuído ao avanço das concessões e à estabilidade regulatória recuperada durante o atual governo.
— Houve um avanço grande, e a tendência é que a contratação de projetos continue crescendo — comentou Roberto Guimarães, diretor de planejamento e economia da Associação, ao destacar que setores como rodovias, ferrovias e saneamento estão no centro das novas licitações.
Confiança
Especialistas apontam que a volta da confiança no ambiente de negócios tem sido essencial para atrair investidores. Para o ministro dos Transportes, Renan Filho, “a regulação de infraestrutura no Brasil hoje é uma referência internacional, e as condições macroeconômicas podem ajudar ainda mais”. Ele destacou que a redução de juros e o fortalecimento da economia brasileira criam um cenário ainda mais favorável para o aumento de leilões e investimentos.
A Abdib mapeou um total de 495 projetos com potencial de investimento estimado em R$ 750,5 bilhões, sendo R$ 288,6 bilhões apenas no setor de rodovias. Segundo Guimarães, os avanços nas modelagens de editais têm sido cruciais.
— Hoje, os contratos oferecem um equilíbrio melhor entre risco e retorno, o que atrai mais players para os leilões — concluiu.