Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

‘Liberdade de expressão não é liberdade para cometer crimes’, diz campanha 

Arquivado em:
Terça, 26 de Julho de 2022 às 11:37, por: CdB

Depois do assassinato de Marcelo Arruda pelo bolsonarista Jorge Guaranho, o sistema de Justiça acendeu alerta máximo contra a violência política nas eleições.

Por Redação, com RBA - de Brasília

O Supremo Tribunal Federal (STF) divulga nas redes sociais, desde esta segunda-feira, uma campanha contra o discurso de ódio (assista abaixo). “Liberdade de expressão não é liberdade para cometer crimes”, diz uma das frases do vídeo. Outra faz referência a uma ameaça de Ivan Rejane Fonte Boa Pinto, preso pela Polícia Federal no último dia 22 por disseminar potenciais atos de violência contra ministros do Supremo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e aos deputados federais Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Marcelo Freixo (PSB-RJ). “Marcelo, vou te pendurar de cabeça para baixo!”, estampa a campanha do STF.
bolso-2.jpeg
Ao convocar “lunáticos e ingênuos” para o 7 de setembro, Bolsonaro faz um gesto de “desespero” com medo de ser preso
– Sumam do Brasil – disse Ivan Rejane em um vídeo. Ele também imitou Jair Bolsonaro e convocou pessoas a atos para o próximo dia 7 de setembro. No discurso da convenção nacional do PL, no domingo, o chefe de governo pediu a apoiadores para irem às ruas pela “última vez” e acrescentou que “nós, militares, juramos dar a vida pela pátria”. “Discurso de ódio não é liberdade de opinião”, acrescenta o vídeo do STF. Depois do assassinato do tesoureiro do PT Marcelo Arruda, em Foz do Iguaçu, no dia 9 de julho, o sistema de Justiça acendeu alerta máximo contra a violência que já não está apenas no terreno das ameaças, mas é fato concreto. Ao chegar à festa de aniversário do petista antes de matá-lo, o policial penal Jorge Guaranho gritava “aqui é Bolsonaro”. Na última sexta-feira, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou a iniciativa de criar um Grupo de Trabalho (GT) para “elaborar e sugerir” diretrizes e disciplinar as ações contra a violência política nas Eleições 2022. O assassinato de Arruda pelo bolsonarista Jorge Guaranho desencadeou a iniciativa. No dia 20 deste mês, o Ministério Público (MP) do Paraná denunciou Guaranho por homicídio duplamente qualificado pelo assassinato.

Alertas na mídia

A chamada grande imprensa também aumentou os alertas para as ameaças de Bolsonaro às eleições e à democracia desde a segunda-feira da semana passada, quando o atual presidente brasileiro ameaçou as eleições a dezenas de embaixadores que convidou ao Palácio da Alvorada.

Bolsonaro atacou o STF, o PT e Lula

Na semana passada, em editorial, o diário conservador carioca O Globo destaca que, no lançamento de sua candidatura à reeleição pelo PL neste domingo, Bolsonaro atacou o STF, o PT e Lula, além de “conclamar” seguidores para o 7 de setembro, “reprise provável dos atos golpistas do ano passado”, segundo o jornal. Em 2021, o chefe de governo fez as ameaças mais graves até então à democracia brasileira, o que só foi superado pelo recente episódio dos embaixadores. De acordo com o jornal do Rio, a agenda de Bolsonaro é “clara”. “Ele não aceitará o resultado da eleição se derrotado e procura mobilizar seus partidários para tentar repetir no Brasil um movimento violento de contestação, inspirado na invasão do Capitólio por trumpistas em 6 de janeiro do ano passado”. Já a Folha de S. Paulo, também em editorial, na segunda-feira, destaca que, “além da superfície”, a “manobra” de Bolsonaro ao convocar “lunáticos e ingênuos” para o 7 de setembro é um gesto de “desespero”, por medo de ser preso após perder as eleições. “Para o presidente, não é somente a perspectiva de perder o poder que assoma no horizonte; ao lado dela crescem também os tentáculos da Justiça, de cujo alcance os Bolsonaros se habituaram a rir nos últimos anos”, diz a Folha.  
Edições digital e impressa
 
 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo