Na semana passada, os jornalistas Leandro Demori e Jamil Chade revelaram conversas de Telegram onde Dallagnol demonstra ter atuado nos bastidores do acordo que a Petrobras assinou, em 2018, com o Departamento de Justiça dos EUA (DoJ).
Por Redação - de Brasília
Ex-deputado, cassado nesta legislatura, e ex-procurador da República em Curitiba, Deltan Dallagnol foi acionado mais uma vez pelo subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado, no Tribunal de Contas da União (TCU). Desta vez, por conta dos novos diálogos da Operação Spoofing, que demonstram a ingerência do então servidor no acordo entre Petrobras e segmentos judiciais, nos Estados Unidos.
Na semana passada, os jornalistas Leandro Demori e Jamil Chade revelaram conversas de Telegram onde Dallagnol demonstra ter atuado nos bastidores do acordo que a Petrobras assinou, em 2018, com o Departamento de Justiça dos EUA (DoJ) e a Comissão de Valores Mobiliários (SEC) norte-americana, para se livrar de ações naquele país.
Manobras
O acordo implicou em multa de US$ 853 milhões, pagos pela Petrobras para não ir a julgamento, sendo que 80% do valor deveria retornar às “autoridades brasileiras”. Em posse de informações privilegiadas, no entanto, a equipe da ‘Lava Jato’ coordenada por Dallagnol manobrou para que o dinheiro fosse depositado na 13ª Vara Federal de Curitiba, após a assinatura de outro acordo entre Petrobras e Ministério Público Federal (MPF).
Ao se imiscuir no destino da multa da Petrobras, excluindo o governo federal das negociações, Deltan Dallagnol pretendia constituir uma fundação privada com parte dos recursos, mas a ideia foi abortada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que o investiga atualmente nesse processo.
Na representação encaminhada ao TCU, Furtado chamou atenção para as evidências de que o governo federal foi deliberadamente afastado das negociações entre Petrobras e EUA.