Os trabalhadores reivindicam reajuste de 5% retroativo, contando a partir de junho de 2021, e outro de 3,72% a partir deste mês de novembro. A proposta inclui a manutenção da multa da Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) e reajuste de 8,9%, correspondente ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC, do IBGE) registrado no período de junho de 2020 a maio de 2021.
Por Redação, com Brasil de Fato - de São Paulo
Cerca de 250 jornalistas de jornais e revistas da capital paulista participaram de nova assembleia na terça-feira e rejeitaram a mais recente proposta patronal para o acordo coletivo da categoria. Assim, está mantida paralisação marcada para esta quarta-feira. As negociações já duram cinco meses.
Os trabalhadores reivindicam reajuste de 5% retroativo, contando a partir de junho de 2021, e outro de 3,72% a partir deste mês de novembro. A proposta inclui a manutenção da multa da Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) e reajuste de 8,9%, correspondente ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC, do IBGE) registrado no período de junho de 2020 a maio de 2021.
Proposta patronal
A última reunião sobre a Convenção Coletiva de Jornais e Revistas da Capital ocorreu na segunda-feira. Na negociação, o sindicato patronal propôs a inclusão de uma multa a título de participação nos lucros ou resultados (PLR) e reajustes diferentes para três faixas salariais.
Para salários de até R$ 5 mil, o reajuste seria de 8,9%, como demandado pela categoria. Para remunerações entre R$ 6 e R$ 7 mil, o reajuste, parcelado em duas vezes, seria de 6%. No caso de salários superiores a R$ 7 mil, o reajuste fixo seria de R$ 420.
– Há um avanço na proposta, mas ainda estamos longe de chegar aos 8,9% para a maior parte dos salários. Além disso, a primeira faixa de salários de até R$ 5 mil, na verdade, fica abaixo do piso de 7 horas, que é em torno de R$ 5,4 mil – aponta Thiago Tanji, presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo do Estado de São Paulo e trabalhador da Editora Globo.
Paralisação de jornalistas
Como parte da campanha salarial houve um ato na tarde de terça-feira na avenida 9 de julho, em São Paulo. O protesto ocorreu em frente à sede da Globo, da editora Globo Condé Nast, das redações do jornal Valor Econômico e da sucursal do diário conservador carioca O Globo.
Para Tanji, são “cinco meses de negociação e intransigência dos patrões”. O presidente do SJSP explica que, mesmo com a inflação de 8,9%, “primeiro quiseram dar 0% (de reajuste) depois 4,45%, depois 5% e agora começam a avançar lentamente”.
– A gente quer reajuste da inflação para todos os salários. E queremos esse reajuste o mais rápido possível, porque cada dia que passa é mais um dia de aluguel, alimento, combustível – expõe Thiago Tanji. Para ele, anualmente a precarização das condições de trabalho está avançando.
De acordo com o SJSP, a última vez que jornalistas da capital paulista organizaram uma paralisação entre várias redações foi em 1979, em plena ditadura militar. Depois dessa, houve greves pontuais em alguns veículos, como na EBC em 2015 e 2017, na Rede TV! em 2019, no jornal Destak em 2020 e no Correio Popular neste ano.
Para a paralisação dos jornalistas nesta quarta-feira já confirmaram que cruzarão os braços trabalhadores de redações como dos jornais Folha de S.Paulo e Valor Econômico, daEditora Globo e da Abril.