Em janeiro, o Brasil registrou um caso similar, quando mais de 30 pessoas morreram após o fim dos estoques de oxigênio em hospitais de Manaus. Documentos apontam que o Ministério da Saúde brasileiro sabia do colapso iminente e não fez nada para tentar resolver a situação crítica.
Por Redação, com DW - de Amã
O ministro da Saúde da Jordânia foi demitido neste sábado depois que sete pessoas morreram por falta de oxigênio em um hospital que trata pacientes com covid-19. A falta de oxigênio atingiu as enfermarias de terapia intensiva, maternidade e ala que trata de pacientes com coronavírus em um hospital hospital de Salt, a oeste da capital Amã.
Em janeiro, o Brasil registrou um caso similar, quando mais de 30 pessoas morreram após o fim dos estoques de oxigênio em hospitais de Manaus. Documentos apontam que o Ministério da Saúde brasileiro sabia do colapso iminente e não fez nada para tentar resolver a situação crítica. Apesar do escândalo provocado pelo episódio, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, continua no cargo.
Reações
Coube ao primeiro-ministro da Jordânia, Bisher al Khaswaneh, anunciar a demissão do ministro da Saúde, Nathir Obeidat. Em um pedido público de desculpas, ele disse que seu governo tem total responsabilidade pelas mortes.
— Este é um erro grosseiro que não pode ser justificado ou aceito. Sinto vergonha disso e não vou justificá-lo — disse Khaswaneh, acrescentando que estava aguardando os resultados de uma investigação.
Obeidat disse ter "responsabilidade moral" pelas mortes dos pacientes, que estavam sendo tratados de covid-19 quando as enfermarias ficaram sem oxigênio por quase uma hora.
Má gestão
O rei Abdullah visitou o hospital em uma ação que autoridades disseram ter o objetivo de acalmar as tensões, após centenas de parentes das vítimas protestarem. A raiva contra as autoridades já provocou distúrbios civis na Jordânia.
— Como pode um hospital como este ver algo assim acontecendo? — questionou, ao entrar no hospital inaugurado em agosto último.
Alguns políticos disseram que o incidente mostra para uma grande má gestão dos hospitais públicos. A Jordânia está enfrentando um aumento nas infecções de covid-19 atribuídas principalmente à rápida transmissão da variante do coronavírus identificada pela primeira vez na Grã-Bretanha, e anunciou na semana passada medidas mais rígidas para conter a doença.
A Jordânia, com uma população de cerca de 10 milhões de habitantes, registrou desde o início da pandemia 385.533 casos de covid-19 e 5.224 mortes.