“O Bolsonaro é um homem honrado, mas não recolhe seus feridos. Sequer demonstra solidariedade com seus combatentes. Fiz duas cartas para ele. Nunca o PR (Presidente da República) mandou um cartão dizendo saúde, minha solidariedade. Ao contrário, ele se distanciou de nós e manteve silêncio obsequioso”, escreveu.
Por Redação - do Rio de Janeiro
Presidente licenciado do PTB, o hoje presidiário Roberto Jefferson voltou a criticar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em nova carta enviada a aliados. No texto, o dirigente partidário que cumpre pena no sistema penitenciário do Estado do Rio afirma que o mandatário neofascista não recolhe seus feridos e nunca lhe enviou um cartão sequer lhe desejando saúde.
“O Bolsonaro é um homem honrado, mas não recolhe seus feridos. Sequer demonstra solidariedade com seus combatentes. Fiz duas cartas para ele. Nunca o PR (Presidente da República) mandou um cartão dizendo saúde, minha solidariedade. Ao contrário, ele se distanciou de nós e manteve silêncio obsequioso”, escreveu.
“Quanto ao (senador) Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), ele é a Cristiane Brasil do presidente. É uma figura da velha politica”, disse Jefferson, na carta escrita de próprio punho. O tom desta carta, no entanto, foi mais moderado do que um texto divulgado anteriormente, pela mídia conservadora. Nele, o ex-deputado chegou a dizer que Bolsonaro e Flávio se viciaram em dinheiro público.
Pestanas
Insatisfeito com o presidente, Jefferson formalizou o convite de filiação do vice-presidente Hamilton Mourão ao seu partido. Jefferson defende, abertamente, um golpe de Estado.
“Todo o povo saiu às ruas para dizer, eu autorizo, não havia volta, não havia transigência com as velhas práticas. Mas por algum motivo, Bolsonaro fraquejou. Não teve como seguir. Escrevo isso insone. Não preguei meus olhos. Esse pensamento queimou minhas pestanas, não consegui fechar meus olhos e dormir. Vamos por nós mesmos”, redigiu o presidiário, na carta anterior.
Jefferson voltou para a prisão no último dia 14 por determinação do ministro Alexandre de Moraes, depois que o político recebeu alta hospitalar. Ele estava internado desde o início de setembro com um quadro de infecção urinária e dores na lombar e foi submetido também a um cateterismo para desobstrução de uma artéria.
O radical de ultradireita também foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), por outros ataques às instituições republicanas.