Na semana anterior, Lira havia declarado que o governo não tinha votos suficientes "para enfrentar matérias de maioria simples, quanto mais matéria de quórum constitucional”. Nesta manhã, durante uma entrevista à mídia conservadora, Lira disse que a gestão petista “tem avançado”.
Por Redação - de Brasília
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), abandonou o discurso radical que proferiu junto a empresários paulistas, na semana passada, depois de um jantar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que prometeu ouvir as opiniões do parlamentar alagoano. Lira afirma agora que, embora ainda haja resistências junto ao chamado ‘Centrão’, que ele coordena, o cenário atual é mais favorável para o Planalto.
Na semana anterior, Lira havia declarado que o governo não tinha votos suficientes "para enfrentar matérias de maioria simples, quanto mais matéria de quórum constitucional”. Nesta manhã, durante uma entrevista à mídia conservadora, Lira disse que a gestão petista “tem avançado”.
— Vou falar pela minha Casa, a Câmara dos Deputados, (Lula) ainda tem dificuldade. Mas o governo tem avançado, tem evoluído nas suas avaliações. Nota-se o esforço que o governo fez de atrair partidos políticos para a sua base — afirmou.
Extremos
O presidente da Câmara também saiu em defesa do ‘Centrão’ e afirmou que o grupo de partidos da direita não vai deixar que o país torne-se “uma Argentina”, referindo-se à crise econômica em curso no país vizinho.
— Os partidos de centro existiram a vida toda, o Brasil não virou uma Argentina por ter partidos de centro para equilibrar entre os extremos. Cada centro ou centrão têm suas características, a nossa nunca foi de cargos. Nós não tivemos isso no governo anterior, não tivemos isso em muitos governos — afirmou Lira.
Embora tenha sido um fiel escudeiro do então presidente Bolsonaro na Câmara dos Deputados, Lira também tem mudado de posição quanto ao ex-aliado. Aos jornalistas, ele disse que o ex-presidente “perdeu tamanho” após as eleições e o fim de seu mandato, em dezembro de 2022.
— É lógico que ele perdeu tamanho — realçou.
Arcabouço
Lira também amenizou o tom da análise que fez sobre a fragilidade das alianças políticas do governo Lula (PT) no Congresso. Segundo Lira, as conversas com o presidente "sempre são tranquilas e agradáveis". Ele negou, no entanto, que a pauta tenha sido a distribuição de cargos e citou um diálogo sobre questões que interessam ao país. Apesar de reafirmar a existência de fragilidades na Câmara, Lira agora entende que há avanços e acredita que o governo estará "solidificado" antes da votação da reforma.
O presidente da Câmara também rasgou elogios ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com quem jantou, na véspera. Eles conversaram sobre o arcabouço fiscal e a reforma tributária.
— O ministro conta com a simpatia dos líderes da Câmara, com a boa vontade em ouvi-lo e prestigiá-lo — concluiu.