Rio de Janeiro, 22 de Novembro de 2024

Janja recusa papel secundário e se torna voz ativa, no Planalto

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Segunda, 15 de Abril de 2024 às 18:12, por: CdB

"Desde a campanha, tenho dito que queria remodelar esse papel de primeira-dama, a esposa que hospeda chás de caridade e visita instituições filantrópicas, esse não é o meu perfil. (...) O meu é o papel de articuladora, que fala sobre política pública. Podemos estar em espaços diferentes e falar com públicos diferentes quando necessário", disse Janja


Por Redação - de Brasília

Mulher do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a socióloga Rosângela da Silva, ou simplesmente Janja, recusa vestir o modelito de primeira-dama e, em entrevista a uma agência internacional de notícias, nesta segunda-feira, declarou-se inconformada com os modelos tradicionais de seu papel, buscando, ao invés disso, articular e debater políticas públicas; além de influenciar, ativamente, no processo político do Planalto.

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Janja tem papel atuante na campanha do PT e tem conversado com a base aliada


Janja também ressaltou que o presidente Lula lhe concede autonomia para pensar "fora da caixa" e desafiar as expectativas convencionais vinculadas à sua posição.

— Desde a campanha, tenho dito que queria remodelar esse papel de primeira-dama, a esposa que hospeda chás de caridade e visita instituições filantrópicas, esse não é o meu perfil. (...) O meu é o papel de articuladora, que fala sobre política pública. Podemos estar em espaços diferentes e falar com públicos diferentes quando necessário — disse Janja, em entrevista à agência britânica de notícias BBC.

 

Elon Musk


Segundo Janja, o presidente lhe garante “total autonomia para que eu possa fazer o que faço”.

— Essa linha de hierarquia não existe entre mim e meu marido. Trata-se de sair da caixa em que as primeiras-damas são sempre colocadas. Trata-se de não ter essa caixa. Ela pode fazer o que quiser — afirmou.

Um exemplo da forma independente na atitude da primeira-dama foi o comentário sobre as recentes agressões formuladas pelo empresário Elon Musk, dono da rede X (ex-Twitter).

“Novamente não me surpreende a postura do Sr. Elon Musk que, nos últimos dias, tem feito uma série de postagens atacando a soberania brasileira, personificando esses ataques ao Ministro do STF Alexandre de Moraes.

 

8 de Janeiro


“O anúncio de Musk de liberar contas que haviam sido bloqueadas por decisões judiciais é um desrespeito a uma decisão do judiciário brasileiro. Esses perfis são utilizados para disseminar fake news, ódio e misoginia, e também para sustentar a tentativa de golpe do 08 de janeiro de 2023.

“Como o próprio Ministro Alexandre de Moraes falou: redes sociais não são terra sem lei! E as plataformas, além de obedecerem às decisões judiciais de cada país, devem ser responsabilizadas pelos crimes cometidos dentro dela.

“Volto a repetir que esse tipo de ação do X, além de ser uma ação coordenada contra a democracia, também é uma ação que visa lucro e o mundo civilizado não pode ficar de joelhos frente a essa articulação da extrema direita, que tenta corroer nossa sociedade”, escreveu Janja, na rede social.

 

Interesses


Fonte ouvida pela reportagem do Correio do Brasil, nesta manhã, confirmou a declaração de independência da primeira-dama, que teria influenciado diretamente a suspensão total da publicidade do governo na rede norte-americana. Por indicação de Janja, um dos fatores econômicos do bilionário no país foi contrariado.

Além de controlar o antigo Twitter, que viu desaparecer das suas páginas os anúncios do governo, o multibilionário Elon Musk controla outras empresas, desde fábricas de foguetes até de veículos elétricos. No Brasil, o empresário, que mantém uma cruzada contra o governo e o Judiciário brasileiro, têm ao menos dois negócios no país - níquel e satélites - e um interesse: o lítio.

Com um patrimônio líquido no valor de R$ 960 bilhões, segundo a revista norte-americana Forbes, Musk situa-se no ranking de segundo homem mais rico do planeta. Entre seus principais interesses está o da mineração que abastece suas indústrias com materiais necessários para produção.

 

Satélites


Outro interesse do empresário no Brasil é em relação a sua empresa aeroespacial SpaceX. Em janeiro de 2022, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) aprovou o uso de satélites Starlinks, da SpaceX, no país.

O professor da federal do ABC, Gilberto Maringoni, destacou que o interesse de Musk com o Starlink é imenso, porque todo o fluxo de informações que circula na Amazônia está sob controle do grupo estrangeiro controlado pelo empresário.

— Todo o fluxo de informações, seja das Forças Armadas, seja da área de saúde pública, seja das delegacias de polícia, de escolas, enfim, toda a conexão é feita através do Musk. Ele detém, então, o poder de apagar a Amazônia e provocar um colapso. Além disso, ele tem contratos também com as Forças Armadas e com algumas áreas da justiça. É muito mais do que a exploração do lítio — resumiu.

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