A comissão também instaurou processo contra o deputado Kim Kataguiri (União-SP) por ter dito que foi um erro a Alemanha ter criminalizado o partido nazista. Foram sorteados nomes de três membros do colegiado para relatar cada um dos casos. Caberá ao presidente do conselho, Paulo Azi (União-BA), apontar, dentre eles, quem será responsável pelo parecer.
Por Redação - de Brasília
O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara instaurou nesta quarta-feira processo contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o filho ’03’ do mandatário neofascista brasileiro, Jair Bolsonaro (PL), por ironizar a tortura sofrida pela jornalista Míriam Leitão, colunista do diário conservador carioca O Globo, durante a ditadura militar.
A comissão também instaurou processo contra o deputado Kim Kataguiri (União-SP) por ter dito que foi um erro a Alemanha ter criminalizado o partido nazista. Foram sorteados nomes de três membros do colegiado para relatar cada um dos casos. Caberá ao presidente do conselho, Paulo Azi (União-BA), apontar, dentre eles, quem será responsável pelo parecer pela admissibilidade ou não das ações.
Eduardo Bolsonaro foi alvo de representações de PT, PC do B, PSOL e Rede por causa do episódio —as do PT, PSOL e Rede foram apensadas à representação do PC do B. Em 3 de abril, a jornalista Míriam Leitão publicou um artigo e escreveu: "Qual é o erro da terceira via? É tratar Lula e Bolsonaro como iguais. Bolsonaro é inimigo confesso da democracia”.
Misógino
Em uma rede social, Eduardo publicou a imagem da coluna e escreveu: "Ainda com pena da (emoji de cobra)”. Míriam estava grávida quando foi presa e torturada por agentes do governo durante a ditadura. Em uma das sessões, ela foi deixada nua numa sala escura com uma cobra.
A jornalista é alvo recorrente de bolsonaristas. No começo do ano, em entrevista à rádio Jovem Pan, o presidente afirmou que ela deveria trabalhar melhor. Disse ainda que se fosse boa teria sido lembrada para trabalhar no governo. Em uma das representações, o PSOL e Rede dizem que Eduardo evidenciou mais uma vez "seu caráter misógino e machista”.
"A cassação de Eduardo Bolsonaro é imperativa e urgente. Não há nenhuma condição moral e política dele permanecer à frente de qualquer cargo público”, conclui o partido.