Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

A influência que fica 

Apesar de preso, Bolsonaro ainda exerce influência sobre a extrema direita. Elites buscam alternativas para enfrentar Lula em 2026. Descubra mais.

Sexta, 05 de Dezembro de 2025 às 12:00, por: CdB

Mesmo preso e politicamente enfraquecido, Bolsonaro ainda mantém influência residual sobre a extrema direita, enquanto elites buscam um novo nome para enfrentar Lula em 2026.

Por Luciano Siqueira – de Brasília

Passado o desastroso governo do ex-capitão Jair Bolsonaro, e agora o dito cujo encarcerado para cumprimento de pena de quase 30 anos, discute-se que influência poderá ainda ter no desenrolar da cena política do país. 

A influência que fica  | Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro

Em certa medida, uma discussão bizantina. Alguma influência terá sempre, o que muda é o tamanho dessa influência. 

A conjugação de um conjunto de fatores maléficos produziu as condições para que um bisonho e boquirroto deputado que há 30 anos vinha defendendo a ditadura militar e a eliminação dos seus oponentes e mais uma meia dúzia de opiniões tresloucadas chegasse ao mais alto cargo da República.

Pandemia

Tudo o que se sucedeu, incluindo a criminosa conduta diante da pandemia de Corona vírus e a condenação pela trama golpista, a um só tempo desmascara o falso “mito” e permite a manutenção, ainda que residual, de certa influência sobre parcela da extrema direita mais radicalizada. 

Entretanto, não terá o peso que muitos imaginam, pois circunscrito à camada capaz de rezar em torno de um pneu. 

Demais, o capital financeiro dominante, o grande agronegócio exportador e os monopólios do grande varejo, que dele se serviram, cuidam de construir uma alternativa, dita confiável e eleitoralmente competitiva, na ânsia de bloquear uma nova vitória de Lula nas urnas. 

Nas novas circunstâncias, o chamado bolsonarismo mais atrapalha do que ajuda. O que não impede que o núcleo familiar e alguns empedernidos correligionários do indigitado o ex-presidente sigam espalhando diatribes e conspirando contra a nação. 

Do outro lado da ponta, há que se ampliar mais ainda a conjugação de forças ora reunida em torno de Lula e seguir produzindo bons resultados através da obra de governo e preparar, com esmero e competência, o embate eleitoral vindouro. 

Na agenda, inescapável é enfrentar o desafio de eleger deputados federais e senadores comprometidos com a democracia e com a nação, na dimensão necessária para alterar a correlação de forças no parlamento, hoje tão adversa.

 

Luciano Siqueira, é médico membro do Comitê Central do PCdoB e secretário nacional de Relações Institucionais, Gestão e Políticas Públicas do partido, foi deputado estadual em Pernambuco e vice-prefeito do Recife.

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