Responsável pela maior variação (2,97%) e maior impacto (0,45 p.p.) no índice desse mês, o grupo Habitação mostrou expansão frente a agosto, quando havia caído 0,90%. Essa foi a maior alta do grupo desde fevereiro de 2025 (4,44%).
Por Redação, com Reuters – do Rio de Janeiro
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou de -0,11% em agosto para 0,48% em setembro, um aumento de 0,59 ponto percentual (p.p.). No ano, a inflação acumula alta de 3,64% e, nos últimos 12 meses, o índice ficou em 5,17%. Em setembro de 2024, a variação havia sido de 0,44%. Os resultados foram divulgados nesta quinta-feira, pelo IBGE.

Responsável pela maior variação (2,97%) e maior impacto (0,45 p.p.) no índice desse mês, o grupo Habitação mostrou expansão frente a agosto, quando havia caído 0,90%. Essa foi a maior alta do grupo desde fevereiro de 2025 (4,44%).
— Considerando os meses de setembro, a alta do grupo foi a maior desde 1995 quando subiu 4,51% — destacou Fernando Gonçalves, gerente do IPCA.
Bandeira
A principal influência veio da energia elétrica residencial, que saiu de -4,21% no mês anterior para 10,31% em setembro, registrando o maior impacto individual (0,41 p.p.) na taxa de setembro.
Segundo o gerente, “a alta da energia ocorreu em decorrência do fim do Bônus de Itaipu, que concedeu descontos nas faturas de agosto. Além disso, permaneceu em vigor a bandeira tarifária vermelha patamar 2, que adiciona R$ 7,87 na conta e luz a cada 100 Kwh consumidos”.
No ano, a energia elétrica residencial acumula uma alta de 16,42%, destacando-se como o principal impacto individual (0,63 p.p.) no indicador. Em 12 meses, o resultado é de 10,64%, representando um impacto de 0,44 p.p. neste tipo de comparação.
Combustíveis
Pelo lado das altas, destaca-se ainda o grupo de Despesas pessoais (0,51%), com impacto de 0,05 p.p. Os principais destaques ficaram com o pacote turístico, que subiu 2,87%, e cinema, teatro e concerto, com alta de 2,75%, após a queda de 4,02% em agosto, em razão da semana do cinema.
Já o grupo Transportes registrou alta de 0,01%, com impacto nulo (0,00 p.p.), após a queda de 0,27% em agosto. A variação reflete a alta nos combustíveis (0,87%), que, no mês anterior, haviam caído em média 0,89%. À exceção do gás veicular (-1,24%), os demais combustíveis apresentaram variações positivas em setembro: etanol (2,25%), gasolina (0,75%) e óleo diesel (0,38%). No lado das quedas, destacam-se o seguro voluntário de veículos (-5,98%) e a passagem aérea (-2,83%).
Alimentos
Na outra ponta, o grupo Alimentação e bebidas (-0,26%) registrou queda pelo quarto mês consecutivo, com impacto de -0,06 p.p. A variação de setembro foi influenciada pela alimentação no domicílio, que caiu 0,41%, após redução de 0,83% de agosto, com destaque para as quedas do tomate (-11,52%), da cebola (-10,16%), do alho (-8,70%), da batata-inglesa (-8,55%) e do arroz (-2,14%). No lado das altas sobressaem as frutas (2,40%) e o óleo de soja (3,57%).
A alimentação fora do domicílio registrou desaceleração na passagem de agosto (0,50%) para setembro (0,11%). Em igual período, o subitem lanche saiu de 0,83% para 0,53%, e a refeição foi de 0,35% para -0,16%.
Gonçalves conclui que “o grupamento dos alimentos para consumo em casa segue com variações negativas, dada a maior oferta dos produtos, o que possivelmente já reflete na alimentação fora, com a queda nos preços na refeição”.