Para o presidente da Rede Brasileira de Renda Básica, Leandro Ferreira, uma série de fatores explicam este cenário. Ele destaca que a inflação dos últimos meses, principalmente no preço dos alimentos, corroeu o poder de compra das famílias. Segundo o último levantamento do Dieese, o valor médio da cesta básica na capital paulista era de R$ 749,78 em agosto.
Por Redação, com RBA - de São Paulo
Mesmo com o pagamento de R$ 600 no Auxílio Brasil, a fome ainda é uma realidade expressiva no país. Dados recentes divulgados pela Rede Penssan apontam para 33 milhões de pessoas nesta situação.
Para o presidente da Rede Brasileira de Renda Básica, Leandro Ferreira, uma série de fatores explicam este cenário. Ele destaca que a inflação dos últimos meses, principalmente no preço dos alimentos, corroeu o poder de compra das famílias. Segundo o último levantamento do Dieese, o valor médio da cesta básica na capital paulista era de R$ 749,78 em agosto, ou seja: acima do valor do auxílio
— Entre o Auxílio Emergencial no seu primeiro pagamento, em abril de 2020, e o Auxílio Brasil atual, de R$ 600, houve uma inflação pelo IPCA acumulada de quase 20%. Isso significa que aqueles R$ 600 de 2020 já não valem mais o necessário para repor a inflação hoje. Esse valor deveria estar próximo de R$ 720 para que as famílias mantivessem o mesmo poder de compra e as mesmas condições para adquirir alimentos e pagar por suas despesas mais básicas — pontua.
Proteção
Além disso, Leandro Ferreira denuncia uma mau desenho do programa social.
— O grande problema do Auxílio Brasil é que ele é mal desenhado. Ele não se articula bem com o restante da rede de proteção social. As pessoas tem dificuldade de acessar, uma vez que o Cadastro Único gerou filas por todo país. E esse auxílio de R$ 600 reais funciona como um teto. Um casal ou uma pessoa sem filhos recebe 600 tel como um mãe solo com três filhos também recebe R$ 600 — conclui o especialista