Uma empresa terceirizada do governo federal admitiu que um equipamento usado na manutenção do ar-condicionado do prédio entrou em curto circuito e iniciou o incêndio, que atingiu cerca de 400 metros quadrados da estrutura.
Por Redação, com RBA - de São Paulo
Um incêndio atingiu o galpão da Cinemateca Brasileira na Vila Leopoldina, Zona Oeste de São Paulo, no início da noite desta quinta-feira. O local abriga parte do acervo da instituição, constituído de mais de 100 anos de história do maior acervo audiovisual da América Latina, em cerca de 250 mil rolos de filmes. Segundo o comandante do operação do Corpo de Bombeiros, a intensidade das chamas e a densidade da fumaça indica a presença de materiais altamente inflamáveis. Onze viaturas foram enviadas.
Uma empresa terceirizada do governo federal admitiu que um equipamento usado na manutenção do ar-condicionado do prédio entrou em curto circuito e iniciou o incêndio, que atingiu cerca de 400 metros quadrados da estrutura.
Em julho de 2020, o Ministério Público Federal em São Paulo (MPF-SP) moveu ação na Justiça contra a União por abandono da Cinemateca. A promotoria questionou a falta de contrato para gestão da instituição e destaca problemas como risco de incêndio, falta de vigilância, atrasos nas contas de água e luz, e de salários. Em agosto passado, o desmonte e fragilização da instituição pelo governo Bolsonaro avançou, com o anúncio de demissões do pessoal técnico da instituição.
Manutenção
No entanto, em maio último, o MPF-SP suspendeu a ação contra a União depois que o governo federal se comprometeu a mostrar as ações implementadas pela preservação do patrimônio no prazo de até 45 dias, o que ainda não ocorreu. Os cuidados de manutenção e preservação do acervo são feitos por mão de obra altamente especializada.
O local já foi atingido por incêndio em 2016. Na ocasião, cerca de 500 obras foram destruídas. No ano passado, um temporal alagou o galpão e parte do acervo foi, novamente, comprometido.