A previsão foi apresentada no anúncio da MP que restringiu o uso de crédito de PIS/Cofins para compensar a desoneração. O governo esperava arrecadar R$ 29,2 bilhões com a medida, mas a MP foi parcialmente devolvida pelo Congresso.
Por Redação – de Brasília
Atual líder do governo no Senado, o ex-governador baiano Jaques Wagner (PT-BA) admitiu que o impacto com a desoneração de empresas e municípios será menor do que o previsto, inicialmente, e disse que o número que recebeu do governo é de R$ 17,2 bilhões. Os dados contrariam estimativas da equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Wagner adiantou que o impacto estimado neste ano é de aproximadamente R$ 9 bilhões com a desoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia. E de cerca de R$ 8 bilhões com a desoneração para os municípios de até 156 mil habitantes.
Um valor mais baixo de renúncia implica numa necessidade menor de medidas para financiar o custo da medida. A equipe de Haddad calculou em R$ R$ 26,3 bilhões a perda de arrecadação com a desoneração da folha (R$ 15,8 bilhões das empresas e R$ 10,5 bilhões dos municípios).
Pressão
A previsão foi apresentada no anúncio da Medida Provisória (MP) que restringiu o uso de crédito de PIS/Cofins para compensar a desoneração. O governo esperava arrecadar R$ 29,2 bilhões com a medida, mas a MP foi parcialmente devolvida pelo Congresso.
— O número que foi apurado é R$ 8 ponto alguma coisa (bilhões) dos municípios e R$ 9 (bilhões) da desoneração (de empresas). Dá 17. É o número que eu tenho do governo — afirmou o líder do governo a jornalistas.
Perguntado sobre a divergência em relação ao valor estimado pela Fazenda, Wagner adiantou que a conta deve ter sido refeita.
— É o número que eu tenho do governo. Deve ter revisto a conta. O número que eu tenho é R$ 17,2 bilhões — confirmou.
Corte de gastos
Wagner se diz favorável à redução de despesas do governo, mas afirmou que não iria embarcar no navio de que tudo é cortar gastos.
— O presidente já foi claro: ‘Para mim, corte de gastos, tudo bem. Só não vou fazer corte de gastos em cima do social’. Aí tem que ter a criatividade da equipe dele para ver onde pode cortar gastos. Mas eu não vou embarcar nesse navio, tá? — acrescentou.
Na véspera, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, reuniu-se com o presidente do Senado e o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, na tentativa de avançar na definição de possíveis medidas que possam garantir a desoneração da folha de pagamento.