Rio de Janeiro, 17 de Maio de 2025

Impacto do clima impõe perdas significativas ao mercado de café

As cotações globais do café quase que dobraram nos últimos 14 meses, uma vez que o mau tempo reduziu as colheitas nos principais fornecedores mundiais, Brasil e Vietnã, aumentando o custo do ‘cafezinho’ no mundo todo.

Terça, 04 de Março de 2025 às 13:52, por: CdB

As cotações globais do café quase que dobraram nos últimos 14 meses, uma vez que o mau tempo reduziu as colheitas nos principais fornecedores mundiais, Brasil e Vietnã, aumentando o custo do ‘cafezinho’ no mundo todo.

Por Redação, com Reuters – de São Paulo

O armazém para 250 mil sacas de 60 kg de café, em uma grande cooperativa no interior de São Paulo, está com apenas 25% de sua capacidade ocupada. A situação ocorre após vendas aceleradas de produtores brasileiros que deixaram os estoques disponíveis nos menores patamares já vistos, à medida que eles aproveitaram para fechar negócios na escalada de preços desde 2024.

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As áreas plantadas com café sofreram uma redução importante, devido ao clima

As cotações globais do café quase que dobraram nos últimos 14 meses, uma vez que o mau tempo reduziu as colheitas nos principais fornecedores mundiais, Brasil e Vietnã, aumentando o custo do ‘cafezinho’ no mundo todo. As perspectivas para a nova safra no Brasil continuam pouco animadoras, o que significa que os consumidores podem novamente demandar mais café do que o produzido globalmente em 2025 — pela quarta vez nos últimos seis anos.

— É uma das primeiras vezes que a gente atingiu um estoque tão baixo e tão longe da safra, sendo que a gente está aí a quatro a seis meses da (colheita da nova) safra — disse Willian César Freiria, gerente de comercialização de café da cooperativa Cocapec, com sede em Franca (SP).

 

Cooperativa

A Cocapec, instalada em uma das mais tradicionais regiões do café, no norte paulista, recebeu 1,1 milhão de sacas de grãos 100% arábica em 2024, versus 1,5 milhão em 2023, por conta da quebra de produção.

— Até a nova entrada de café, nós teremos muito pouco café a ser comercializado. E não é só a nossa cooperativa, mas o Brasil todo está nesse mesmo percentual de comercialização — disse Freiria.

Segundo Freiria, normalmente as vendas de produtores da safra anterior atingem cerca de 80% a 90% do total no início da nova colheita, no final de maio. “Mas em fevereiro já passamos desse volume”, ressaltou. Além de Franca, a Cocapec tem armazéns em outras cidades paulistas e em Minas Gerais. O volume total de café armazenado nas unidades da cooperativa não foi revelado.

 

Silos

Não muito longe de Franca, em Guaxupé (MG), sede da Cooxupé, a maior cooperativa de cafeicultores e exportadora de café do Brasil, os armazéns têm maiores volumes, mas os fundamentos são os mesmos, com praticamente todo o produto já comercializado.

Os estoques de grãos da Cooxupé no seu mega complexo do Japy, com capacidade total para 2,6 milhões de sacas de 60 kg, ocupavam cerca de 70% dos armazéns de ‘big bags’ em meados deste mês, disse o coordenador de armazéns, André Silva Pinto, à agência inglesa de notícias Reuters. Praticamente metade dos 45 silos graneleiros tinham café.

— A maior parte já foi comercializada… Está aguardando para fazer o rebeneficiamento — resumiu Silva Pinto.

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