O ministro acrescentou que a reforma tributária, aprovada recentemente no Congresso, terá efeitos extraordinários sobre o ambiente de negócios no país.
Por Redação – do Rio de Janeiro
Ministro da Fazenda, o economista Fernando Haddad, afirmou, nesta segunda-feira, que o Brasil tem uma “caixa-preta” de R$ 800 bilhões em renúncias fiscais.

— Ao invés de oferecer uma alíquota média de tributos menor para todo mundo, a gente resolve escolher os campeões nacionais que levam o grosso do Orçamento. Aquele que paga imposto fica prejudicado por aquele que fez do lobby a sua profissão de fé — disse o ministro, durante palestra em um seminário na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Centro da Cidade.
O ministro acrescentou que a reforma tributária, aprovada recentemente no Congresso, terá efeitos extraordinários sobre o ambiente de negócios no país.
— Começando pelo fato de que a desoneração do investimento vai ser de 100%, A desoneração da exportação vai ser de 100%, a guerra fiscal vai acabar entre os estados, inclusive a guerra fiscal dos estados com a União também vai acabar, em benefício do bom empresário — afirmou.
Equilíbrio
Em seu discurso, Haddad afirmou que a carga tributária do país hoje é menor que há 10 anos.
— Temos desafios a enfrentar, sobretudo em relação ao equilíbrio orçamentário — pontuou o ministro.
Haddad ressaltou que o atual governo assumiu, em 2023, com um déficit primário estrutural de 2%.
— Com apoio de parte do Congresso, estamos conseguindo avançar no sentido de estabilizar o Orçamento e criar as condições macroeconômicas para a indústria voltar a se desenvolver — observou Haddad.
Arrecadação
Ainda segundo o ministro, o governo tem até o fim desta semana para decidir como compensará a arrecadação que o Executivo deixará de levantar com o recuo em parte dos aumentos das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Haddad disse também que o governo definirá se a compensação ocorrerá com mais contingenciamento ou com substituições, sem fornecer mais informações sobre as duas alternativas.
— Nós temos até o final da semana para decidir como compensar, se com mais contingenciamento ou com alguma substituição. Até o final da semana, nós vamos tomar essa decisão — concluiu o ministro.