Para o ministro, as discussões sobre a meta de inflação têm que ser feitas sem ruído, avaliando que, se o governo "acertar a mão" no arcabouço fiscal, isso terá um impacto muito mais importante do que alterar os objetivos de alta de preços.
Por Redação, com Reuters - do Rio de Janeiro
Ministro da Fazenda, o economista Fernando Haddad avaliou, nesta segunda-feira, que as projeções de inflação no Brasil continuam bem comportadas e há gordura para corte de juros no país. Em reunião promovida pelos jornais Valor Econômico e O Globo, nesta manhã, o ministro destacou que, se houver harmonização das políticas monetária e fiscal, "conseguiremos navegar mares internacionais revoltos".
— Diria que tem uma gordura no Brasil que permite a nós, tomando as providências que estão sendo tomadas e que vêm sendo reconhecidas pelo Banco Central nas atas que ele divulga, eu penso que nós temos um espaço que o mundo não tem — disse Haddad.
Para o ministro, as discussões sobre a meta de inflação têm que ser feitas sem ruído, avaliando que, se o governo "acertar a mão" no arcabouço fiscal, isso terá um impacto muito mais importante do que alterar os objetivos de alta de preços.
Perspectiva
Haddad reafirmou, ainda, que deve apresentar o novo desenho de arcabouço fiscal esta semana para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e para o vice-presidente Geraldo Alckmin, com quem pediu audiência para esta segunda-feira.
O economista disse também que o governo trabalha com a perspectiva de votação da reforma tributária na Câmara dos Deputados em junho e julho, indo ao Senado em setembro e outubro. E destacou que o choque de eficiência que a reforma tributária dará na economia será tão grande que é difícil de medir.
— O choque de eficiência que ela vai dar na economia brasileira não é possível estimar nesse momento de tão grande que será. Fala-se entre 10% e 20% de choque do Produto Interno Bruto, mas eu penso que nós vamos facilitar muito a vida dos investidores, dos trabalhadores e do poder público com essa perspectiva — acrescentou.
Consumo
Haddad acredita que a reforma que está sendo desenhada dará fim a um enorme conflito distributivo no país e que ela é importante principalmente para quem tem preocupação com a responsabilidade fiscal.
O ministro explicou, por fim, que não se pretende aumentar o imposto sobre o consumo porque no Brasil ele já é muito alto, e que a reforma tributária será neutra.