Haddad usou o risco que a ultradireita representa para o processo democrático para justificar seu apoio à federação dos partidos de esquerda, uma aposta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ampliar o apoio em torno de sua candidatura à Presidência da República.
10h49 - de São Paulo
O ex-prefeito paulistano e possível candidato ao governo do Estado, o professor Fernando Haddad (PT) destacou a necessidade de cuidados em relação a transtornos que venham a ser causados pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus apoiadores ao processo eleitoral deste ano.
— Estamos lidando com adversário que joga sujo. E não podemos ficar deitado em berço esplêndido, esperando a eleição, imaginando que nada vai acontecer até lá. Vai acontecer muita coisa até a eleição. O jogo sujo do bolsonarismo nem começou ainda e temos de garantir que em 2022 o segundo turno seja bem diferente — disse Haddad, a jornalistas.
Na entrevista, Haddad usou o argumento para justificar seu apoio à federação dos partidos de esquerda, uma aposta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ampliar o apoio em torno de sua candidatura à Presidência da República. Além do PT, a federação poderá ter a adesão do PCdoB, PSB, PSOL e PV.
Desastres
Para o petista, que disputou a eleição de 2018 tendo como vice Manuela d’Ávila (PCdoB-RS), a eleição deste ano é tão atípica quanto aquela, embora as condições sejam mais favoráveis para o campo progressista. Os desastres causados pelo governo Bolsonaro em todas ás áreas, segundo ele, dá Lula melhores condições de eleição.
E o ex-presidente, segundo ele, sabe que tem a obrigação de reorganizar o país. `Para reverter tudo isso ele tem de ter um congresso melhor do que está este que está aí atualmente.
— Esta é uma razão que me faz simpatizar com a ideia da federação. Ainda que o PT cresça menos do que cresceria sozinho, a federação tem o significado simbólico para o país, de uma base sólida, quem sabe 170 parlamentares progressistas — acrescentou o líder petista.
Ainda segundo Haddad, ainda não há nada definido em torno desta coalizão ao redor da candidatura Lula, em quanto deverá ser ampliada. No entanto, acredita que os gestos de Lula estão na direção correta e que, no mínimo, os brasileiros terão um segundo turno diferente do de 2018.
— No mínimo teremos a garantida de que que os partidos que lavaram as mãos ou pediram apoio ao Bolsonaro não farão a mesma coisa em 2022. Isso é muito importante — concluiu.