Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Guerra tarifária entre China e EUA é o centro da pauta na reunião do FMI

A reunião do FMI em Washington destaca a tensão renovada na guerra tarifária entre China e EUA, com Trump ameaçando aumentar tarifas. Entenda as implicações.

Segunda, 13 de Outubro de 2025 às 20:13, por: CdB

Uma delicada trégua elaborada por Washington e Pequim nos últimos cinco meses reduziu as tarifas dos níveis de três dígitos e levou o FMI a melhorar as perspectivas de crescimento global.

Por Redação, com Reuters – de Washington

Os chefes do setor financeiro reunidos em Washington nesta semana estavam prontos para discutir a resiliência da economia global diante dos ataques tarifários de Donald Trump — até que a guerra comercial entre os EstadosUnidos e a China explodiu novamente, com o presidente dos EUA ameaçando cobrar 100% de impostos sobre as importações chinesas e fazendo com que os mercados entrassem em pânico.

Guerra tarifária entre China e EUA é o centro da pauta na reunião do FMI | Trump e Xi Jinping durante reunião em novembro de 2017, em Pequim
Trump e Xi Jinping durante reunião em novembro de 2017, em Pequim

As reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial certamente serão dominadas agora por questões sobre se a promessa de Trump de retaliar os controles de exportação de terras raras da China mergulhará as duas maiores economias do mundo novamente em uma guerra comercial total.

Uma delicada trégua elaborada por Washington e Pequim nos últimos cinco meses reduziu as tarifas dos níveis de três dígitos e levou o FMI a melhorar as perspectivas de crescimento global. Os planos de Trump de se reunir com o líder chinês, Xi Jinping, neste mês alimentaram as expectativas de um novo degelo.

 

Tarifas

Mas esse otimismo foi abalado na sexta-feira, quando Trump ameaçou cancelar a reunião e impor um “forte aumento” das tarifas sobre os produtos chineses, juntamente com outras contramedidas.

Para azedar ainda mais o clima, a China decidiu, na sexta-feira, equiparar as novas taxas portuárias dos EUA para navios construídos ou de propriedade chinesa com suas próprias taxas sobre escalas portuárias de navios construídos ou com bandeira dos EUA ou de propriedade de empresas com mais de 25% de propriedade de fundos de investimento domiciliados nos EUA.

As reuniões do FMI e do Banco Mundial levarão mais de 10 mil pessoas a Washington, incluindo ministros das Finanças e presidentes de Bancos Centrais de mais de 190 países.

 

Desaceleração

Antes da escalada na sexta-feira, a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, havia elogiado a capacidade da economia global de resistir a múltiplos choques, desde os custos tarifários e a incerteza até a desaceleração do mercado de trabalho dos EUA, o aumento dos níveis de endividamento e as rápidas mudanças provocadas pela adoção da IA.

Em uma prévia das previsões do relatório Perspectivas Econômicas Globais do FMI, que serão divulgadas na terça-feira, Georgieva disse na semana passada que a taxa de crescimento do PIB global para 2025 seria apenas um pouco menor do que os 3,3% de 2024. Com base nas taxas tarifárias que foram menores do que o inicialmente temido – incluindo as tarifas entre os EUA e a China – o FMI, em julho, aumentou sua previsão de crescimento do PIB de 2025em 0,2 ponto percentual, para 3,0%.

— O que estamos vendo é uma resiliência comprovada no mundo. Mas também estamos dizendo que este é ummomento de incerteza excepcional, e os riscos negativos ainda dominam a previsão. Portanto, cuidado, não fique muito confortável — resumiu Georgieva, à Reuters.

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