Na Bélgica, Zelenski repetiu sua exigência. França então autorizou uso de suas armas contra posições em território russo, sob determinadas condições. Chanceler Scholz está agora sob pressão.
Por Redação, com DW – de Kiev
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, visitou pilotos e técnicos da Força Aérea da Ucrânia em uma base aérea próxima à capital belga, Bruxelas, onde eles estão sendo treinados em caças F-16 ocidentais. Os soldados da Ucrânia estão aprendendo, em ritmo acelerado, a pilotar e a fazer a manutenção dos jatos de fabricação norte-americana.
O primeiro-ministro belga, Alexander De Croo, prometeu que os primeiros F-16 seriam entregues à Ucrânia no final do ano. Pela Dinamarca, Holanda e Noruega, os primeiros caças já serão entregues em meados deste ano. Até 2028, um total de 30 jatos deverao ser enviados pela Bélgica a Kiev. No total, as promessas ocidentais incluem mais de 70 aeronaves. Do ponto de vista militar, os F-16 são muito valiosos, pois têm sensores de radar altamente sensíveis, que podem localizar posições de defesa aérea russa melhor do que os caças usados pela Ucrânia até o momento, que remontam aos tempos soviéticos.
Restrições ocidentais também para os F-16
No entanto, os caças modernos vêm com restrições políticas. O primeiro-ministro belga confirmou que os F-16 só podem ser utilizados no espaço aéreo ucraniano e não sobre o território do agressor russo. Zelensky quer se livrar dessa restrição o mais rápido possível, que também se aplica a muitos outros sistemas de armas, como artilharia, foguetes e mísseis de cruzeiro dos estoques ocidentais.
Para os repórteres em Bruxelas, o presidente ucraniano explicou como as tropas russas atacam, a partir da Rússia, a cidade ucraniana de Kharkiv, que é bem próxima da fronteira, matando civis e destruindo a infraestrutura local. Ele ressaltou, no entanto, que o Exército ucraniano não pode revidar, pois prometera não atacar posições russas em território russo. “Não podemos nos defender, e isso é injusto”, disse Zelensky.
Oficiais militares ocidentais em Bruxelas concordaram com ele, sem querer ser citados nominalmente. Eles afirmaram que, do ponto de vista militar, é claramente necessário combater as posições, as rotas de suprimento e as bases aéreas do inimigo em seu próprio território. Caso contrário, segundo eles, não é possível se defender de forma eficaz e muito menos vencer a guerra.
Reviravolta francesa
O presidente francês, Emmanuel Macron, atualmente em visita de Estado à Alemanha, foi surpreendentemente rápido ao responder a solicitação do presidente ucraniano. Em uma coletiva de imprensa com o chanceler alemão Olaf Scholz, em Meseberg, Macron disse que a Ucrânia pode agora usar armas francesas para combater as posições russas próximas à fronteira, mas ponderou que ataques a alvos civis no interior do território russo continuam sendo tabu.