Segunda, 26 de Dezembro de 2022 às 11:43, por: CdB
O futuro governo Lula acredita na importância de manter "canais de interlocução" com Caracas para ajudar na pacificação política do país e impedir que a Venezuela seja transformada em palco de disputa entre EUA, China e Rússia.
Por Redação - de Brasília
O relatório final do núcleo de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apresentado nesta segunda-feira, comprova que o governo neofascista de Jair Bolsonaro (PL) cometeu um "erro estratégico" ao isolar a Venezuela e transformar "a América do Sul em palco da disputa geopolítica entre EUA, Rússia e China".
Presidente venezuelano, Nicolás Maduro foi isolado pelo governo de Bolsonaro
No documento, o governo Bolsonaro desestimulou a integração do Brasil com países vizinhos, o que resultou no "desmonte da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), na saída da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e no crescimento de forças favoráveis ao desmantelamento do Mercosul enquanto união aduaneira". O Brasil deixou a Unasul em novembro de 2019, e a Celac em 2020, após decretos do mandatário.
Autoridades
O futuro governo Lula acredita na importância de manter "canais de interlocução" com Caracas para ajudar na pacificação política do país e impedir que a Venezuela seja transformada em palco de disputa entre EUA, China e Rússia.
Sendo assim, uma das primeiras providências será suspender a portaria que proíbe a entrada de altas autoridades venezuelanas, entre elas o presidente Nicolás Maduro, no Brasil. Além disso, segundo a avaliação do grupo, é necessário reabrir o mais rápido possível a embaixada e o consulado brasileiros em Caracas, fechados desde o início de 2020, relata a mídia.
“(O Brasil passou) de catalisador de processos de integração, a ser fator de instabilidade regional", acrescenta o relatório.
A avaliação da transição petista é de que isolar a Venezuela não trouxe nenhum benefício, e a situação só piorou.
