O militar havia invadido a sede do Executivo, em La Paz, com um grupo de soldados na quarta-feira e chegou a anunciar que seria nomeado um “novo governo”, mas acabou preso pela polícia.
Por Redação, com ANSA – de La Paz
O governo da Bolívia afirmou na madrugada desta quinta-feira que a situação no país está “sob controle” após a tentativa de golpe liderada pelo general Juan José Zúñiga, ex-comandante do Exército.
O militar havia invadido a sede do Executivo, em La Paz, com um grupo de soldados na quarta-feira e chegou a anunciar que seria nomeado um “novo governo”, mas acabou preso pela polícia.
– Garanto que está tudo sob controle, não há motivo de preocupação, estamos adotando as medidas de segurança necessárias. As unidades militares receberam instruções para voltar imediatamente às suas atividades normais – disse o ministro da Defesa da Bolívia, Edmundo Novillo.
Zúñiga foi destituído do comando do Exército na última terça, após ter ameaçado prender o ex-presidente Evo Morales caso ele decidisse disputar as eleições de 2025. Ao ser detido depois da rebelião, o militar mudou o tom e disse que o próprio Arce havia pedido que ele simulasse um golpe para aumentar a popularidade do governo devido à crise econômica no país.
Durou pouco mais de três horas
A tentativa de levante durou pouco mais de três horas, e pelo menos 12 pessoas ficaram feridas. Em determinado momento, Arce encarou Zúñiga frente a frente e ordenou a desmobilização das tropas.
O ex-comandante da Marinha Juan Arnez Salvador também foi identificado como artífice do golpe fracassado e acabou preso, e o presidente da República trocou toda a liderança das Forças Armadas.
– Vamos defender a democracia e a vontade do povo boliviano, custe o que custar – disse Arce, que era alvo de protestos convocados por Morales, seu ex-aliado e com quem disputa o controle do partido Movimento ao Socialismo (MAS) em vista das eleições de 2025.
O ex-presidente, no entanto, suspendeu a mobilização contra o governo após a tentativa de golpe, que recebeu repúdio da comunidade internacional.
– Condeno firmemente a tentativa de derrubar o governo democraticamente eleito da Bolívia. A União Europeia está ao lado das democracias. Expressamos nosso forte apoio à ordem constitucional e ao Estado de direito na Bolívia – escreveu a chefe do Executivo da UE, Ursula von der Leyen, no X.