“Em sua sala no quarto andar do Palácio do Planalto, Ramos resgatou um mecanismo incluído pelo Congresso na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), mas que havia sido vetado por Bolsonaro. Assim, em 3 de dezembro de 2019, o ministro assinou sozinho o projeto de lei”, explicita o OESP.
Por Redação - de Brasília
Ministro-chefe da Casa Civil, o general Luiz Eduardo Ramos participou, diretamente, da articulação e criação de um ‘Orçamento secreto’ para favorecer políticos aliados do governo. A informação, publicada na edição desta terça-feira do diário conservador paulistano O Estado de S. Paulo (OESP), revela ainda que Ramos era chefe da Secretaria de Governo quando reformulou uma proposta antes barrada pelo presidente para criar uma emenda de relator-geral usada pela equipe para distribuir R$ 3 bilhões e conquistar o controle do Congresso.
“Em sua sala no quarto andar do Palácio do Planalto, um nível acima do gabinete do presidente, Ramos resgatou um mecanismo incluído pelo Congresso na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), mas que havia sido vetado por Bolsonaro.
Assim, em 3 de dezembro de 2019, o ministro assinou sozinho o projeto de lei que criou a emenda chamada RP9. É um caso atípico, pois propostas sobre orçamento costumam passar pelo crivo do Ministério da Economia”, explicita o OESP.
Contradições
Desde que o diário paulistano revelou o orçamento secreto, há mais de uma semana, Bolsonaro tem negado a existência do esquema. O presidente chegou a chamar os jornalistas do jornal de “idiotas” e “jumentos” por noticiar o caso, batizado de “tratoraço” nas redes sociais por envolver compras de máquinas a preços até 259% acima da tabela de referência do governo.
O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, sustenta que “é de conhecimento de qualquer jornalista que acompanhe minimamente o noticiário em Brasília que a RP9 foi iniciativa do Congresso”. Os documentos contradizem essa versão.
A operação de Ramos ocorreu três semanas após Bolsonaro vetar a tentativa do Congresso de criar a RP9.