Com mais esse reajuste, o preço médio da gasolina subiu 2,25% na semana passada, passando de R$ 6,562 para R$ 6,710, mas no Rio Grande do Sul o litro já é vendido a R$ 8,01. Os dados da ANP mostram ainda que o diesel subiu 2,45%. O preço médio do litro passou de R$ 5,211 para R$ 5,339. Desde o início do ano, acumula alta de 48,05%.
Por Redação - de São Paulo
Na prática, o Brasil voltou aos aumentos semanais dos combustíveis. Levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) divulgado nesta terça-feira revela que a gasolina subiu pela quinta semana consecutiva e já supera a marca dos R$ 8, na maioria dos postos de combustível. Diesel e gás liquefeito de petróleo (GLP) seguiram o mesmo caminho.
Com mais esse reajuste, o preço médio da gasolina subiu 2,25% na semana passada, passando de R$ 6,562 para R$ 6,710, mas no Rio Grande do Sul o litro já é vendido a R$ 8,01. Os dados da ANP mostram ainda que o diesel subiu 2,45%. O preço médio do litro passou de R$ 5,211 para R$ 5,339. Desde o início do ano, acumula alta de 48,05%.
O gás de botijão teve aumento de 0,49% e passou de R$ 102,04 para R$ 102,48, enquanto o valor médio do litro do etanol subiu 4,5%, para R$ 5,294. O preço máximo foi de R$ 7,899 o litro em Bagé, também no Rio Grande do Sul.
Paridade
Com o preço da gasolina, do gás natural (GNV) e do etanol em alta, a inflação para o motorista no Brasil disparou e já chega a 18,46% no acumulado em 12 meses até outubro, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). É a maior inflação para esse grupo desde 2000.
Adotada em outubro de 2016 pelo ex-presidente da estatal Pedro Parente, nomeado pelo presidente de facto Michel Temer para a Petrobras, a política de Preço de Paridade Internacional (PPI) é a responsável pela escalada incontrolável. Mantido por Jair Bolsonaro, o PPI considera a cotação do petróleo no mercado internacional, em dólar, além de dolarizar também os custos de exploração, produção e refino, embora a maior parte da produção de óleo, gás e derivados da Petrobras ocorra com matéria-prima nacional.
Como o real se desvaloriza, o câmbio dispara a cada “crise” fabricada por Bolsonaro. Até a última sexta-feira, o dólar acumulava alta de 6,40% sobre o real este ano. Na última semana, o monitor de preços do Observatório Social da Petrobras (OSP) registrou os maiores patamares do século para os preços de combustíveis no país.
Aumentos
Um projeto de lei do senador Rogério Carvalho (PT-SE) em tramitação no Congresso visa impor diretrizes para a conformação de preços dos combustíveis, do gás de cozinha e GLP, para evitar os constantes aumentos. O projeto não adota qualquer medida relacionada ao tabelamento ou controle de preços.
A nova regra combinaria custos internos de produção, cotação internacional e custos de importação, dando transparência à formação do preço – o custo real, o que é em dólar e o que não é. O projeto prevê ainda um imposto sobre a exportação de petróleo bruto, com alíquotas progressivas.
— Esse imposto formaria um Fundo de Estabilização para regular o preço e garantir que a Petrobras não tenha prejuízo até o próximo aumento, para não ter variação imediata, prejudicando demais os setores, e evitaria que o principal item do consumo aumente todo dia, toda semana. Este tipo de fundo já existe no Chile e no Peru resumiu o parlamentar.