A alta de transportes (1,40%) teve influência do aumento da gasolina (2,80%). O combustível foi o subitem com a maior contribuição individual no IPCA de setembro (0,14 ponto percentual). A carestia da gasolina era aguardada por analistas em razão do reajuste aplicado pela Petrobras.
Por Redação - do Rio de Janeiro
A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,26% em setembro, após avançar 0,23% em agosto, segundo relatório divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar da leve aceleração, o novo resultado ficou abaixo das projeções de analistas do mercado financeiro. Na mediana, os economistas consultados pela agência norte-americana de notícias Bloomberg esperavam variação de 0,33% em setembro.
Com os novos dados, o IPCA passou a acumular inflação de 5,19% em 12 meses. A projeção de analistas era de 5,25%. Nesse recorte, a alta era de 4,61% até agosto. Dos 9 grupos de bens e serviços pesquisados pelo IBGE, seis tiveram alta de preços no IPCA de setembro. O principal impacto positivo (0,29 ponto percentual) e a maior variação (1,40%) vieram do segmento de transportes, seguido por habitação (0,07 ponto percentual e 0,47%).
A alta de transportes (1,40%) teve influência do aumento da gasolina (2,80%). O combustível foi o subitem com a maior contribuição individual no IPCA de setembro (0,14 ponto percentual). A carestia da gasolina era aguardada por analistas em razão do reajuste aplicado pela Petrobras nas refinarias em meados de agosto.
— Esse reajuste pode ter contribuído para a alta no mês de setembro — disse André Almeida, gerente da pesquisa do IPCA.
Alimentação
Óleo diesel (10,11%) e gás veicular (0,66%) também subiram, enquanto o etanol caiu (-0,62%). Ainda em transportes, as passagens aéreas avançaram 13,47% em setembro, após recuo de 11,69% em agosto. Do lado das três quedas entre os grupos, o destaque ficou novamente com alimentação e bebidas (-0,15 ponto percentual e -0,71%). Os preços desse grupo recuaram pelo quarto mês consecutivo.
A redução está associada à queda do subgrupo alimentação no domicílio (-1,02%). Já a alimentação fora do domicílio (0,12%) desacelerou o ritmo de alta ante o mês anterior (0,22%).
No consumo dentro do lar, o IBGE destacou as baixas da batata-inglesa (-10,41%), da cebola (-8,08%), do ovo de galinha (-4,96%), do leite longa vida (-4,06%) e das carnes (-2,10%). O arroz (3,20%) e o tomate (2,89%), por outro lado, ficaram mais caros.
Custos
Em linhas gerais, os preços de alimentos estão caindo devido a uma ampliação da oferta de mercadorias no mercado, disse Almeida.
A redução de custos produtivos também pode ter influenciado o quadro, conforme o pesquisador.
— A gente tem um ano de safra grande, e isso tem contribuído para a maior oferta, para a maior disponibilidade de alimentos no mercado — concluiu.