No clamor por justiça para Marcelo, brutalmente assassinado enquanto comemorava seu aniversário de 50 anos em festa decorada com motivos da pré-campanha de Lula à presidência, todos os atos criticaram a decisão da Polícia Civil do Paraná de descartar a motivação política do crime.
Por Redação, com RBA - de Brasília
Atos por justiça para o guarda municipal e tesoureiro do PT Marcelo Arruda, assassinado no último dia 9 pelo policial bolsonarista Jorge Guaranho, foram realizados em Foz do Iguaçu (PR), São Paulo, Curitiba, Porto Alegre e Osasco (SP) no domingo. No clamor por justiça para Marcelo, brutalmente assassinado enquanto comemorava seu aniversário de 50 anos em festa decorada com motivos da pré-campanha de Lula à presidência, todos os atos criticaram a decisão da Polícia Civil do Paraná de descartar a motivação política do crime. – Eu peço às autoridades que lutem por justiça em nome do Marcelo. Infelizmente, meu filho recém-nascido não poderá conviver com seu pai. Ele foi vítima de um ato de violência. Ele lutou e não resistiu. Só peço justiça – disse em Foz do Iguaçu Pamela Silva, viúva de Marcelo Arruda. – Eu quero agradecer a todos que estão presentes. Perceber durante o velório do Marcelo a quantidade de pessoas que ele se relacionava, me fez entender a imensidão da diversidade de pessoas que ele tinha contato. E essa é a marca que ele deixa para todos. Precisamos respeitar a diversidade entre as pessoas – destacou a viúva. Em um evento denominado por seus organizadores como suprapartidário e inter-religioso, sediado na Praça da Paz, no Centro de Foz do Iguaçu, o ato em memória de Marcelo Arruda foi marcado por falas emocionadas em defesa da tolerância e com duras críticas à escalada da violência política no país. – Independente de lado político, temos que condenar, com toda nossa força e energia, qualquer tipo de violência política que presenciarmos. Não podemos aceitar. É preciso deixar claro que não é proibido pertencer ou apoiar qualquer partido político, o que é proibido, o que é crime, é matar pessoas. Isso precisa ser condenado – defendeu ao microfone Luís Donizete, irmão de Marcelo Arruda e simpatizante de Bolsonaro. Filho mais velho da vítima, Leonardo Arruda relembrou ao público parte da trajetória do pai. “Meu pai foi um homem simples, criado numa favela, que lutou muito para conquistar tudo que teve. Ele sempre me ensinava sobre o valor das coisas. E da importância de lutarmos. Mas a luta dele era com respeito. Devemos lutar para que o ódio acabe, para que tenhamos paz e essa guerra acabe. Não podemos ter mais famílias passando por isso”, destacou.