Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Filósofo da natureza, morre na frança Bruno Latour, aos 75 anos

Um dos mais importantes intelectuais franceses de sua geração, Bruno Latour foi um pensador da filosofia da natureza e da ecologia política. Formado em filosofia e antropologia, lecionou em escolas de engenharia na França, mas também no exterior, principalmente na Alemanha e nos EUA, onde foi professor visitante em Harvard.

Domingo, 09 de Outubro de 2022 às 11:08, por: CdB

Um dos mais importantes intelectuais franceses de sua geração, Bruno Latour foi um pensador da filosofia da natureza e da ecologia política. Formado em filosofia e antropologia, lecionou em escolas de engenharia na França, mas também no exterior, principalmente na Alemanha e nos EUA, onde foi professor visitante em Harvard.

Por Redação, com AFP - de Paris
Nascido em 22 de junho de 1947 em uma família de comerciantes de vinho em Beaune, no centro da França, morreu na madrugada deste domingo o antropólogo, filósofo e professor francês Bruno Latour, aos 75 anos. A informação foi confirmada ao jornal francês Le Monde por parentes e pela editora La Découverte.
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O filósofo Bruno Latour foi um dos precursores do pensamento ecológico
Um dos mais importantes intelectuais franceses de sua geração, Latour foi um pensador da filosofia da natureza e da ecologia política. Formado em filosofia e antropologia, lecionou em escolas de engenharia na França, mas também no exterior, principalmente na Alemanha e nos EUA, onde foi professor visitante em Harvard. Latour foi um dos primeiros intelectuais a perceber a importância do pensamento ecológico. No entanto, foi reconhecido acima de tudo no mundo anglo-saxão e vários de seus trabalhos foram publicados pela primeira vez em inglês.

Reconhecimento

O conjunto de sua obra recebeu o Prêmio Holberg em 2013 e o Prêmio Kyoto em 2021. Foi considerado "criativo, bem-humorado e imprevisível", segundo o júri do Prêmio Holberg de Ciências Sociais. O intelectual interessava-se, entre outros, por questões de gestão e organização de pesquisa e, em geral, pela forma como a sociedade produz valores e verdades. Entre suas obras traduzidas para o português estão: ‘Onde Estou: Lições do Confinamento Para Uso dos Terrestres’ (2021); ‘Jubilo ou os Tormentos do Discurso Religioso’ (2020); ‘Políticas da Natureza: Como Associar as Ciências à Democracia’ (2018). Ele foi descrito pelo diário norte-americano The New York Times, em 2018, como o "mais famoso e incompreendido dos filósofos franceses". Após o anúncio de sua morte, o presidente francês Emmanuel Macron fez um elogio no Twitter, definindo Latour como "um espírito humanista e plural, reconhecido em todo o mundo antes de ser reconhecido na França".
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