Um dos mais importantes intelectuais franceses de sua geração, Bruno Latour foi um pensador da filosofia da natureza e da ecologia política. Formado em filosofia e antropologia, lecionou em escolas de engenharia na França, mas também no exterior, principalmente na Alemanha e nos EUA, onde foi professor visitante em Harvard.
Por Redação, com AFP - de Paris
Nascido em 22 de junho de 1947 em uma família de comerciantes de vinho em Beaune, no centro da França, morreu na madrugada deste domingo o antropólogo, filósofo e professor francês Bruno Latour, aos 75 anos. A informação foi confirmada ao jornal francês Le Monde por parentes e pela editora La Découverte.
Um dos mais importantes intelectuais franceses de sua geração, Latour foi um pensador da filosofia da natureza e da ecologia política. Formado em filosofia e antropologia, lecionou em escolas de engenharia na França, mas também no exterior, principalmente na Alemanha e nos EUA, onde foi professor visitante em Harvard.
Latour foi um dos primeiros intelectuais a perceber a importância do pensamento ecológico. No entanto, foi reconhecido acima de tudo no mundo anglo-saxão e vários de seus trabalhos foram publicados pela primeira vez em inglês.
Reconhecimento
O conjunto de sua obra recebeu o Prêmio Holberg em 2013 e o Prêmio Kyoto em 2021. Foi considerado "criativo, bem-humorado e imprevisível", segundo o júri do Prêmio Holberg de Ciências Sociais. O intelectual interessava-se, entre outros, por questões de gestão e organização de pesquisa e, em geral, pela forma como a sociedade produz valores e verdades.
Entre suas obras traduzidas para o português estão: ‘Onde Estou: Lições do Confinamento Para Uso dos Terrestres’ (2021); ‘Jubilo ou os Tormentos do Discurso Religioso’ (2020); ‘Políticas da Natureza: Como Associar as Ciências à Democracia’ (2018). Ele foi descrito pelo diário norte-americano The New York Times, em 2018, como o "mais famoso e incompreendido dos filósofos franceses".
Após o anúncio de sua morte, o presidente francês Emmanuel Macron fez um elogio no Twitter, definindo Latour como "um espírito humanista e plural, reconhecido em todo o mundo antes de ser reconhecido na França".