Na comparação com julho de 2019, a queda chegou a 26,4%, segundo os dados divulgados nesta terça-feira, pela CNC. Nos dois tipos de comparação, foram registradas quedas nos sete componentes da ICF. Em relação a junho deste ano, os maiores recuos foram observados no nível de consumo atual (-6,8%) e na renda atual (-5,9%). Já em relação a julho de 2019.
Por Redação - de Brasília
A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) recuou 4% de junho para julho deste ano e chegou a 66,1 pontos, em uma escala de zero a 200 pontos. Com essa queda, que foi a quarta consecutiva, o indicador chegou ao menor nível da série histórica, iniciada em janeiro de 2010, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Perspectiva
Na comparação com julho de 2019, a queda chegou a 26,4%, segundo os dados divulgados nesta terça-feira, pela CNC. Nos dois tipos de comparação, foram registradas quedas nos sete componentes da ICF. Em relação a junho deste ano, os maiores recuos foram observados no nível de consumo atual (-6,8%) e na renda atual (-5,9%). Já em relação a julho de 2019, as maiores quedas foram no momento para a compra de bens duráveis (-36,2%) e na perspectiva profissional (-33,8%).
Para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, os consumidores ainda sentem os efeitos da pandemia de covid-19. Ele explica que, em um momento de contenção de renda, há um aumento do risco de inadimplência das famílias.
Coronavírus
Os números da CNC se explicam no fato de que cerca de 36% dos trabalhadores ocupados em maio tiveram alguma perda no rendimento na comparação com a situação anterior à pandemia. A redução média do rendimento foi de 61%, de acordo com boletim divulgado pelo Dieese.
O supervisor do escritório do Dieese em São Paulo, Victor Pagani, observa que as perdas foram maiores entre os trabalhadores de serviços e do comércio. Por outro lado, militares e pessoas com cargos de direção tiveram perdas menores nos rendimentos.
— A pandemia acentua também as desigualdades de remuneração entre trabalhadores que permaneceram ocupados — afirmou à agência brasileira de notícias Rede Brasil Atual (RBA).
Auxílio
O levantamento mostra que os impactos da pandemia foram mais sentidos entre os trabalhadores informais. Mais da metade (56%) teve perda de rendimento. Em média, a renda dos informais teve redução de 36%, percentual que chega a 12% entre os trabalhadores com carteira assinada.
Victor acrescenta que parte dos trabalhadores continuaram em atividade, mas perderam renda e tiveram que recorrer ao auxílio emergencial.
— É fundamental que o auxílio continue sendo pago até o fim do estado de calamidade pública, mantendo o valor de R$ 600. Esses ocupados tinham rendimento médio de R$ 1.427 antes da pandemia e, com a crise, perderam R$ 901. Ou seja, o auxílio ainda é insuficiente para complementar essa perda — concluiu.