Rio de Janeiro, 22 de Novembro de 2024

Extrema-direita desidrata nas urnas e conservador precisa negociar acordo na Áustria

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Segunda, 30 de Setembro de 2019 às 07:23, por: CdB

Com todas as urnas apuradas, o ÖVP tem 38,4% dos votos, 6,9 pontos a mais que nas eleições de 2017 e o que garante ao partido 73 das 183 cadeiras no Conselho Nacional, o poder Legislativo austríaco.

 
Por Redação, com Ansa - de Viena
  O resultado provisório das eleições legislativas na Áustria mostra uma vitória contundente do ex-chanceler Sebastian Kurz, do conservador Partido Popular (ÖVP), e a desidratação da extrema-direita pelo "Ibizagate".
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O direitista Kurz precisará abrir negociações com partidos da centro-direita, para formar o governo
Com todas as urnas apuradas, o ÖVP tem 38,4% dos votos, 6,9 pontos a mais que nas eleições de 2017 e o que garante ao partido 73 das 183 cadeiras no Conselho Nacional, o poder Legislativo austríaco. Em segundo lugar aparece o Partido Social-Democrata (SPÖ), de centro-esquerda, com 21,5% (-5,4 pontos) e 41 assentos. Já o Partido da Liberdade (FPÖ), que deu sustentação ao governo Kurz entre 2017 e 2019, perdeu 8,7 pontos e ficou com 17,3% (32 cadeiras). Os Verdes, ex-partido do presidente Alexander Van der Bellen, cresceram 8,6 pontos e chegaram a 12,4% dos votos, obtendo 23 cadeiras no Parlamento. O quinto lugar coube ao Fórum Liberal da Nova Áustria (Neos), com 7,4% (+2,1 pontos) e 14 assentos.

Discurso

Ainda falta contabilizar 1 milhão de votos por correspondência, que tradicionalmente favorecem sociais-democratas, verdes e liberais. O resultado definitivo deve ser divulgado até a próxima quinta-feira, mas não são esperadas grandes mudanças no percentual dos partidos. — Estávamos certos de que conseguiríamos um belo resultado, mas ninguém esperava um sucesso desse tamanho. Trata-se de um grande voto de confiança que nós respeitaremos. Faremos o melhor por este belíssimo país — disse Kurz em um discurso para seus apoiadores em Viena. Aos 33 anos de idade, ele governou a Áustria entre dezembro de 2017 e maio de 2019, liderando uma coalizão entre ÖVP e FPÖ. Kurz rompeu a aliança e renunciou ao cargo após o então líder do partido de extrema direita, Heinz-Christian Strache, ter sido flagrado negociando pagamentos ilícitos com uma mulher que se passava por sobrinha de um oligarca russo.

Coalisão

O escândalo recebeu o nome de "Ibizagate" porque a filmagem foi feita em um apartamento na ilha espanhola de Ibiza, em 2017, quando a Áustria estava em campanha eleitoral. Após a renúncia de Kurz, o presidente Van der Bellen convocou eleições e nomeou a mandatária da Corte Constitucional, Brigitte Bierlein, como chanceler interina - ela é a primeira mulher a ocupar o cargo. Apesar da vitória nas urnas, Kurz não terá maioria para governar sozinho e precisará formar uma aliança, provavelmente com os Verdes, em uma coalizão mais centrista. Os dois partidos, no entanto, têm posições opostas em temas como imigração. Outra hipótese seria incluir o Neon na aliança, em um "governo dos vencedores". O FPÖ já indicou que deve passar para a oposição.
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