Pesquisas anteriores demonstraram que a CPC pode desagregar partículas semelhantes ao SARS-CoV-2, diminuindo sua capacidade de infectar células humanas.
Por Redação, com Europa Press – de Madri
Diante do aumento acelerado das infecções respiratórias agudas na Espanha nas últimas semanas, a diretora médica da Dentaid, Gabriela Bacchini, destaca que as evidências científicas reforçam a importância da higiene bucal como medida complementar para reduzir a transmissão viral, razão pela qual se recomenda o uso de enxaguantes bucais para reforçar a segurança contra vírus como o da gripe.

– A evidência científica mostra que os enxaguantes bucais podem ser uma ferramenta eficaz para proteger tanto os pacientes quanto os profissionais durante os tratamentos – diz ela, lembrando que “ter medidas adicionais que reforcem a segurança é fundamental”.
Um estudo publicado na Plos One confirma que a CPC e a CHX reduzem a infectividade do vírus da gripe (Influenza A) e do vírus sincicial respiratório (RSV) em ensaios in vitro, com reduções de até 99,99%, dependendo da concentração.
Da mesma forma, pesquisas anteriores demonstraram que a CPC pode desagregar partículas semelhantes ao SARS-CoV-2, diminuindo sua capacidade de infectar células humanas. Além disso, estudos publicados no “Viruses” e no Journal of Dental Research reforçam as evidências sobre o potencial virucida da CPC contra outros vírus envelopados, como o herpes simplex, e sua utilidade em protocolos pré-procedimento para reduzir a carga viral intraoral em pacientes com covid-19.
“A boca é uma porta de entrada essencial para os vírus respiratórios e um local onde eles podem se replicar, além de ser uma fonte de aerossóis que facilitam sua transmissão. A incorporação de enxaguantes bucais na rotina diária, juntamente com as medidas preventivas existentes, como o uso de máscara, ventilação adequada e vacinação, pode ajudar a reduzir a carga viral na cavidade oral e, consequentemente, reduzir a propagação de infecções respiratórias”, concluem.
OMS diz que a vacina contra a gripe “ainda pode oferecer proteção” apesar da nova variante
A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse nesta quinta-feira que a vacina contra a gripe “ainda pode oferecer proteção”, apesar da circulação da variante K do vírus influenza A (H3N2) em alguns países, um novo tipo que tem diferenças “notáveis” com outras cepas, embora não tenha sido demonstrado que cause doenças mais graves.
“Embora existam algumas diferenças genéticas entre os vírus da gripe circulantes e as cepas incluídas nas vacinas, a vacina contra a gripe sazonal ainda pode oferecer proteção contra os vírus derivados e outras cepas virais incluídas na vacina. Espera-se que a vacinação proteja contra doenças graves e continue sendo uma das medidas de saúde pública mais eficazes”, disse a OMS em um comunicado.
A agência fez eco ao aumento da atividade da gripe em todo o mundo nas últimas semanas, em que, embora a atividade tenha permanecido “dentro das faixas sazonais esperadas”, algumas regiões registraram aumentos precoces e atividade mais alta do que o normal nesta época do ano, o que foi associado ao surgimento do subclado K em diferentes países.
É por isso que ele enfatizou que as estimativas iniciais sugerem que a vacina continua a oferecer proteção contra hospitalização em crianças e adultos, embora a OMS tenha reconhecido que sua eficácia permanece “incerta” contra a doença clínica.
“As vacinas continuam sendo essenciais, especialmente para pessoas com alto risco de complicações da gripe e seus cuidadores (…) A OMS continua a monitorar a atividade global da gripe e os vírus, apoiar os países em sua capacidade de vigilância e atualizar as diretrizes conforme necessário”, disse.