A especialista explicou que o daltonismo é uma alteração visual que afeta a percepção das cores e que continua sendo um problema pouco conhecido entre a população.
Por Redação, com Europa Press – de Madri
A diretora técnica e de treinamento da Óptica & Audiología Universitaria, Alicia Escuer, enfatizou a importância de um diagnóstico precoce do daltonismo, pois garantiu que ele pode ter implicações na vida cotidiana das pessoas que o sofrem.
A especialista explicou que o daltonismo é uma alteração visual que afeta a percepção das cores e que continua sendo um problema pouco conhecido entre a população. Estima-se que 7% dos homens e apenas 0,2% das mulheres tenham algum tipo de daltonismo, embora muitos não saibam disso.
O daltonismo é causado por um distúrbio nas células fotorreceptoras da retina, conhecidas como cones, que são responsáveis pela percepção das cores primárias (azul, verde e vermelho). Quando um ou mais desses cones não funcionam corretamente, a pessoa tem dificuldade para distinguir determinados tons. Essa alteração tem origem genética e está ligada ao cromossomo X. Por esse motivo, as mulheres podem ser portadoras sem desenvolver a doença, enquanto os homens, com apenas um cromossomo X, apresentam sintomas.
Embora não haja cura, a detecção precoce do daltonismo é essencial. “O diagnóstico precoce evita problemas de autoestima na infância e ajuda a adaptar o ensino e as atividades escolares”, diz Escuer.
De acordo com o especialista, os pais geralmente percebem os primeiros sinais quando seus filhos aprendem os nomes das cores e demonstram confusão persistente.
A importância de detectá-la também reside no fato de que ela pode ter implicações na vida cotidiana das pessoas, já que elas não conseguem diferenciar adequadamente certas cores, e até mesmo em suas escolhas profissionais: as pessoas afetadas costumam ter limitações no desempenho de certas profissões que exigem uma percepção precisa das cores, como pilotos, controladores de tráfego aéreo, policiais ou designers.
Escuer ressalta que muitas pessoas não sabem que têm daltonismo e podem se adaptar à sua maneira de perceber as cores, embora possam encontrar dificuldades em tarefas cotidianas, como interpretar semáforos, mapas ou gráficos. Além disso, para determinadas atividades, existem filtros especiais que podem ajudar a melhorar a percepção das cores.
Como detectar o daltonismo
Para detectar o daltonismo “existem testes ‘on-line’ que permitem uma orientação inicial, mas a maneira mais confiável é ir a um oftalmologista ou a um profissional de saúde ocular, onde são realizados testes específicos para confirmar o diagnóstico”, diz Escuer.
Os testes on-line, embora permitam que qualquer pessoa avalie sua percepção de cores de forma rápida e fácil em casa, uma vez que usam uma tela, a precisão pode ser afetada pela qualidade do monitor e pela iluminação ambiente, portanto, não substituem um diagnóstico profissional.
Os sintomas podem variar entre os indivíduos, desde a dificuldade de distinguir determinados tons até a incapacidade de perceber diferenças de brilho ou matiz. Nos casos mais graves, em que a pessoa não percebe nenhuma cor e só enxerga em tons de cinza, pode haver movimentos rápidos dos olhos e outros sinais visuais.
Embora o daltonismo não tenha tratamento curativo, o especialista ressalta que o conhecimento sobre a condição e a adaptação do ambiente são passos fundamentais para melhorar a qualidade de vida das pessoas que sofrem com isso. “A conscientização ainda é essencial para evitar o preconceito e facilitar a integração na educação e no ambiente de trabalho”, conclui.
