Temporal afetou mais de 2 milhões de consumidores; bairros da capital seguem sem luz três dias após o incidente.
Por Redação, com CartaCapital – de São Paulo
Dois dias após o forte temporal que atingiu São Paulo na última sexta-feira, o presidente da Enel, Guilherme Lencastre, afirmou que ainda não há previsão para o total restabelecimento do serviço de energia elétrica na cidade.
Em coletiva de imprensa no domingo 13, Lencastre disse que a empresa prioriza “clientes vitais e serviços essenciais”, como hospitais e o abastecimento de água.
Apesar da promessa inicial de normalizar o fornecimento até a madrugada desta segunda-feira, centenas de milhares de pessoas ainda seguiam sem luz pela manhã.
– Eu não consigo dar uma previsão exata de quanto tempo (levará para restabelecer totalmente o serviço). Atuaremos para que isso aconteça o mais rápido possível. Nosso foco é o cliente – declarou. O registro foi feito pela GloboNews.
Impacto e prioridades
De acordo com Lencastre, o apagão afetou inicialmente 2,1 milhões de clientes, sendo que, no domingo, 1,3 milhão já tinham o fornecimento de energia restabelecido. No entanto, cerca de 496 mil residências permaneciam sem luz, principalmente nos bairros do Jabaquara, Campo Limpo, Pedreira e Jardim São Luís.
Em municípios da Grande São Paulo, como Cotia, São Bernardo do Campo e Taboão da Serra, milhares de pessoas também ficaram sem energia.
A Enel informou que a previsão para normalização total pode se estender até quarta-feira 16, dependendo da área. Lencastre destacou que a empresa tem prestado apoio a hospitais, alguns dos quais operam com geradores próprios.
– A operação é complexa, com novas equipes entrando em campo. Sei que os clientes esperam uma previsão, mas não podemos dar isso com exatidão neste momento – disse o executivo.
Críticas e resposta da Aneel
O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, criticou a resposta da Enel ao temporal, afirmando que a empresa mobilizou menos equipes que o necessário para lidar com a magnitude do evento.
– A percepção é de que a Enel não atendeu às expectativas em comparação com o ano passado – disse Feitosa.
O plano de contingência aprovado anteriormente previa 2,5 mil funcionários em situações como esta, mas apenas 1,7 mil estão nas ruas.
O temporal que atingiu São Paulo foi marcado por ventos de mais de 107 km/h, causando quedas de árvores, inundações e interrupções no fornecimento de energia.