Em seu primeiro discurso na condição de próximo presidente brasileiro, o petista pediu pacientemente que apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) que permanecem em frente aos quartéis das Forças Armadas, clamando por um golpe militar, que voltem para casa.
Por Redação - de Brasília
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou às lágrimas, nesta quinta-feira, ao falar sobre a fome que atinge milhões de brasileiros a uma plateia de parlamentares e aliados, no auditório do Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), sede do gabinete de transição de governo.
— A democracia voltou com os braços abertos, para dar a cada um de nós a sensação, o prazer e a felicidade de que seremos capazes de recuperar a civilidade nesse país — declarou em sua primeira visita ao local.
Em seu primeiro discurso na condição de próximo presidente brasileiro, o petista pediu pacientemente que apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) que permanecem em frente aos quartéis das Forças Armadas, clamando por um golpe militar, que voltem para casa.
— Eles não sabem nem o que pedem, mas estão pedindo. Se eu pudesse dizer algo para essas pessoas, (diria) voltem para casa. Democracia é isso, um ganha e outro perde. (...) Eu não peço para ninguém gostar de mim. Eu só peço para as pessoas respeitem o resultado eleitoral, porque nós vencemos as eleições e vamos recuperar esse país — instou.
Missão
Ao falar sobre o compromisso que terá com o combate à fome no país, Lula se emocionou.
— Se quando eu terminar esse mandato cada brasileiro estiver tomando café, almoçando e jantando outra vez, eu terei cumprido a missão da minha vida — afirmou, meio engasgado pelas lágrimas.
O estadista também disse que sua presença, na Capital Federal, é um gesto para pacificar a relação com as instituições, como o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF).
— Vim aqui para visitar as instituições brasileiras e dizer o seguinte: a partir de agora, vocês vão ter paz, porque não vão ter um presidente desaforado querendo intervir na Suprema Corte, na Justiça Eleitoral — acrescentou.
Nova PEC
Lula esperava, ainda, que o senador Marcelo Castro (MDB-PI), relator-geral do Orçamento de 2023, apresentasse a proposta fechada para a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Transição, que prevê o aumento de gastos para o pagamento do Bolsa Família de R$ 600, no ano que vem.
Na chegada ao CCBB, Castro afirmou que a bancada do MDB terá reunião o presidente eleito para tratar do assunto, além do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin e o senador eleito Wellington Dias (PT-PI), que tem tratado do tema do orçamento.
— Nossa expectativa é de que a PEC já possa estar pronta — concluiu Castro.