Os participantes da pesquisa se mostraram relutantes em aceitar mudanças em sua alimentação, como comer menos carne, por exemplo: menos de um terço dos alemães disse estar disposto a mudar sua dieta. A disposição em abandonar o transporte privado foi a menor de todas, com apenas 13% dos entrevistados dizendo estarem prontos para abrir mão do automóvel.
Por Redação, com DW - de Berlim
Em um recorte significativo da sociedade europeia, dois terços dos alemães estão dispostos a fazer sacrifícios pessoais para proteger o planeta contra as mudanças climáticas, apontou uma nova pesquisa publicada neste domingo. O levantamento realizado pelo instituto YouGov a pedido do jornal alemão ‘Welt am Sonntag’ também mostrou que 43% viajariam de avião com menos frequência, e 40% reduziriam seu consumo de aquecimento.
A história muda, contudo, quando se trata de comida e carro. Os participantes se mostraram relutantes em aceitar mudanças em sua alimentação, como comer menos carne, por exemplo: menos de um terço dos alemães disse estar disposto a mudar sua dieta. A disposição em abandonar o transporte privado foi a menor de todas, com apenas 13% dos entrevistados dizendo estarem prontos para abrir mão do automóvel.
Cortar emissões
A Alemanha tem tomado medidas de longo prazo para ajudar a combater as mudanças climáticas, incluindo a transição para a eletromobilidade e a proibição da instalação de sistemas de aquecimento a óleo e a gás. O governo do chanceler federal Olaf Scholz, cuja coalizão é integrada pelo ambientalista Partido Verde, prometeu tornar a Alemanha neutra em gases de efeito estufa até 2045.
Até esse ponto, a demanda de energia deverá ser atendida exclusivamente por fontes de energia renováveis, como fotovoltaica, eólica e hidrelétrica. No fim de semana passado, o país europeu fechou suas três últimas usinas nucleares.
Descrentes
Nesse meio tempo, a crise energética, causada pela instabilidade no fornecimento de energia russa após a invasão da Ucrânia por Moscou, forçou Berlim a aumentar o uso de uma forma de energia mais poluente, o carvão. Como resultado, a maioria dos alemães não está convencida de que a meta de carbono zero será alcançada.
Um em cada cinco entrevistados disse que o plano de neutralidade até 2045 é inviável. Outros 30% acham improvável um desinvestimento total em combustíveis fósseis.
Apenas 14% dos alemães acreditam que a transição energética será alcançada.