Economistas afirmaram em mais de uma oportunidade, nesta sexta-feira, que a elevação menor da atividade econômica deve passar pelo peso da política monetária contracionista no mercado de trabalho e no setor de serviços.
Por Redação – do Rio de Janeiro
O crescimento de 1,4% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre de 2025 surpreendeu parte do mercado financeiro pela resiliência da economia brasileira, mesmo diante de um cenário de juros altos, mas a expectativa é que haja desaceleração nas próximas leituras.

Economistas afirmaram em mais de uma oportunidade, nesta sexta-feira, que a elevação menor da atividade econômica deve passar pelo peso da política monetária contracionista no mercado de trabalho e no setor de serviços, que ainda têm se mostrado firmes pelos dados divulgados recentemente.
— Estamos sentindo um aperto restritivo neste momento, depois que ultrapassamos o juro neutro. Nós vamos ver muito provavelmente um segundo trimestre mais fraco e, possivelmente, um quarto trimestre negativo — afirmou o economista-chefe da Way Investimentos, Alexandre Espírito Santo, em entrevista ao canal norte-americano de TV CNN.
Defasagem
A política monetária leva, em média, de 6 a 9 meses para fazer efeito — o que, portanto, torna natural que haja defasagem nos indicadores. Dessa forma, os economistas dizem que o momento é de migração para uma atividade econômica mais restritiva.
— O mercado de trabalho está dando suporte para o consumo, porque o agro, apesar de estar muito forte, não tem um peso tão significativo no PIB. O suporte da economia está vindo pelos serviços e pelo consumo, que muda a partir de agora. Devemos ver uma redução nesse consumo e uma piora no mercado de trabalho — previu.
Espírito Santo estima o PIB do segundo trimestre próximo a 0,5% e, no último de 2025, leve retração.
— A desaceleração da demanda é importante nesse momento para que os juros caiam e o crescimento da oferta; além do agro, possa retomar — concluiu.