Rio de Janeiro, 16 de Junho de 2025

Mesmo com juros na estratosfera, crescimento econômico continua alto

Mesmo com taxas de juros elevadas, o Brasil projeta crescimento do PIB de 1,7% para 2026, com expectativas otimistas para 2027 e 2028. Descubra mais.

Segunda, 19 de Maio de 2025 às 19:41, por: CdB

Para 2026, a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB – a soma dos bens e serviços produzidos no país) ficou em 1,7%. Para 2027 e 2028, o mercado financeiro estima expansão do PIB em 2% para os dois anos.

Por Redação – de Brasília

A previsão de agentes do mercado financeiro para o crescimento da economia em 2025 foi elevada de 2% para 2,02%, embora o país seja detentor de uma das maiores taxas de juros do mundo. Os dados constam no ‘Boletim Focus’, divulgado nesta segunda-feira. A pesquisa é realizada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.

Mesmo com juros na estratosfera, crescimento econômico continua alto | O PIB reúne toda a riqueza produzida pelo país em determinado tempo
O PIB reúne toda a riqueza produzida pelo país em determinado tempo

Para 2026, a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB – a soma dos bens e serviços produzidos no país) ficou em 1,7%. Para 2027 e 2028, o mercado financeiro estima expansão do PIB em 2% para os dois anos.

Em 2024, a economia brasileira cresceu 3,4%. O resultado representa o quarto ano seguido de crescimento, sendo a maior expansão desde 2021 quando o PIB alcançou 4,8%. A previsão da cotação do dólar está em R$ 5,82 para o fim deste ano. No fim de 2026, estima-se que a moeda norte-americana fique em R$ 5,90.

 

Preços

A estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerado a inflação oficial do país – para 2025 passou de 5,51% para 5,5% nesta edição do Boletim Focus. É a quarta queda consecutiva na expectativa do mercado financeiro sobre o IPCA.

Para 2026, a projeção da inflação ficou em 4,5%. Para 2027 e 2028, as previsões são de 4% e 3,8%, respectivamente.

A estimativa para 2025 está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3% com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%.

 

Taxa Selic

Em abril, a inflação oficial fechou em 0,43%, pressionada principalmente pelos preços dos alimentos e de produtos farmacêuticos. O resultado mostra desaceleração pelo segundo mês seguido, após o IPCA ter marcado 1,31% em fevereiro e 0,56% em março. No acumulado em 12 meses, o índice divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) soma 5,53%.

Na tentativa de alcançar a meta de inflação, o BC usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida atualmente em 14,75% ao ano, a maior nas últimas décadas. A alta do preço dos alimentos e da energia e as incertezas em torno da economia global fizeram o BC aumentar mais uma vez os juros em 0,5 ponto percentual na última reunião, no início do mês, o sexto aumento seguido da Selic em um ciclo de contração na política monetária.

A estimativa do mercado financeiro é que a taxa básica encerre 2025 neste patamar. Para o fim de 2026, a estimativa é de que a taxa básica caia para 12,5% ao ano. Para 2027 e 2028, a previsão é que ela seja reduzida novamente, para 10,5% ao ano e 10% ao ano, respectivamente.

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