Rio de Janeiro, 12 de Outubro de 2025

Economia de Israel sofre impacto negativo na guerra contra Palestina

No caso de Israel, dados publicados pelo Ministério das Finanças antes da eclosão do conflito já apontavam para uma queda de cerca de 60% no Investimento Externo Direto (IED) no país, afetando sobretudo o setor de alta tecnologia.

Quinta, 19 de Outubro de 2023 às 20:42, por: CdB

No caso de Israel, dados publicados pelo Ministério das Finanças antes da eclosão do conflito já apontavam para uma queda de cerca de 60% no Investimento Externo Direto (IED) no país, afetando sobretudo o setor de alta tecnologia.


Por Redação, com Sputnik Brasil - de São Paulo

Enquanto o poderio militar de Israel permanece incólume no conflito com os palestinos na Faixa de Gaza, sua economia mostra sinais de ser menos resiliente. As notícias sobre o curso dos combates, no entanto, não revelam o impacto significativo que esse conflito poderá ter na economia de Israel e de Gaza no curto e médio prazo.

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A violência que se espalha pelo Oriente Médio com o conflito entre Israel e Palestina deixa mortos e se equivale em prejuízos econômicos


No caso de Israel, dados publicados pelo Ministério das Finanças antes da eclosão do conflito já apontavam para uma queda de cerca de 60% no Investimento Externo Direto (IED) no país, afetando sobretudo o setor de alta tecnologia.

— A queda no IED representa uma grande ameaça para a economia israelense, que é altamente dependente do capital estrangeiro. A economia israelense não conta com a pujança de um mercado interno a depende completamente de recursos internacionais, tanto na área de investimentos, quanto de exportações — afirmou à agência russa de notícias Sputnik Brasil o pesquisador do Grupo de Estudos sobre Conflitos Internacionais e professor de Relações Internacionais da PUC-SP, Bruno Huberman.

 

Esfera militar


Já o aclamado setor de alta tecnologia israelense, que contribui para a formação de cerca de 18% do PIB local, depende exclusivamente do capital de um país: os EUA.

— O setor de alta tecnologia é completamente dependente de capital dos EUA, país que também envia ajuda econômica significativa para Israel. Ao contrário do que muitos pensam, o apoio norte-americano a Israel não se resume à esfera militar — observa Huberman.

De fato, cerca de 3% do orçamento federal israelense são provenientes de ajuda financeira direta dos Estados Unidos, o que equivale a cerca de 1% do PIB, revelam dados compilados pelo Centro Belfer para Assuntos Científicos e Internacionais da Escola Kennedy da Universidade de Harvard. A ajuda militar norte-americana, por sua vez, constitui cerca de 20% do orçamento de defesa israelense total e 40% do orçamento das Forças de Defesa do país.

 

Mão de obra


Com ou sem capital externo, o conflito com o Hamas deve agravar a já difícil oferta de mão de obra na economia israelense. A mobilização de cerca de 360 mil reservistas para o esforço de guerra, associada às dificuldades de acesso de trabalhadores palestinos aos seus locais de trabalho em Israel, podem gerar tensões entre o setor empresarial e o governo.

— O capital israelense é altamente dependente da mão de obra palestina, principalmente em setores precarizados, na construção civil e agricultura. São os trabalhadores palestinos que constroem Israel. Se as restrições impostas nos check points dificultarem o acesso à mão de obra por muito tempo, o capital israelense vai reclamar — explica Huberman.

Além disso, o setor de turismo, essencial para a saúde econômica israelense, também deve sofrer impacto significativo.

— Israel passou por um longo processo de reconstrução da sua imagem e investiu na construção de infraestrutura em cidades como Jerusalém, que é um dos principais destinos de turismo do mundo. As receitas do setor e o número de turistas em Israel devem ser reduzidos drasticamente em função do conflito — encerra Huberman.

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