Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Escola cívico-militar é a doutrinação pela violência e falta de empatia

Descubra como o modelo de escola cívico-militar ameaça a educação, promovendo violência e falta de empatia, segundo a Professora Francisca.

Terça, 02 de Dezembro de 2025 às 11:14, por: CdB

Episódios recentes em São Paulo e no Paraná expõem o caráter autoritário e violento do modelo cívico-militar, que ameaça a escola como espaço de acolhimento, diversidade e desenvolvimento humano.

Por Professora Francisca – de São Paulo

Dois acontecimentos graves envolvendo escolas de São Paulo e do Paraná levam a questionamentos ao projeto de escola cívico-militar que a extrema-direita insiste em implantar como resposta aos problemas enfrentados pela educação pública no país.

Escola cívico-militar é a doutrinação pela violência e falta de empatia | Alunos de escola cívico-militar do Paraná em 2022
Alunos de escola cívico-militar do Paraná em 2022

Problemas criados por eles mesmos quando na Presidência da República, após o golpe de Estado que tirou a presidenta Dilma Rousseff do cargo em 2016. Os cortes de verbas foram ampliados, o descaso com a educação pública e o desprezo às professoras e aos professores levaram ao caos.

Como resposta apareceram com a escola sem partido – na verdade a escola sem pensamento – derrotados vieram com a escola cívico-militar com a desculpa de acabar com a indisciplina, envolvendo verbas destinadas a pagar policiais militares para gerenciar escolas.

São Paulo

O que aconteceu em São Paulo é um exemplo claríssimo de que polícia dentro de escola só pode dar problema. Por causa de um desenho de um Orixá feito por uma menina de 4 anos, em uma atividade do currículo escolar, um pai – policial militar – fez denúncia e seus colegas entraram armados na escola de educação infantil, inclusive com metralhadora.

A população reagiu e fez manifestação contra a entrada de policiais na escola. Mostrando que a população entende que o envolvimento de policiais com a educação nunca deram bons resultados.

O que se comprova com um vídeo que circula pela internet onde estudantes de uma escola cívico-militar do Paraná são obrigados a cantar que a missão deles é “entrar na favela e deixar corpo no chão”. Com total apologia à violência e à discriminação dos mais pobres. Essa não pode ser a função da escola em parte alguma do mundo.

A escola deve ser local acolhedor da inteligência e do controle emocional para o desenvolvimento pleno e consciente de crianças e jovens e assim construirmos um futuro com mais justiça, liberdade e dignidade a todas as pessoas.

 

Professora Francisca, é diretora da Secretaria de Assuntos Educacionais e Culturais da Apeoesp – Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo, da Saúde da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Educação (CNTE), secretária-adjunta de Finanças da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e diretora da CTB-SP.

As opiniões aqui expostas não representam necessariamente a opinião do Correio do Brasil

Edições digital e impressa