Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Exportador reclama, mas governo mantém ritmo de negociações com EUA

Exportadores brasileiros enfrentam perdas significativas devido ao tarifaço dos EUA, com impacto de US$ 250 milhões em embarques. O governo busca soluções.

Terça, 02 de Dezembro de 2025 às 18:25, por: CdB

Empresas do ramo relatam perda de faturamento e encolhimento da margem com a interrupção quase total de embarques para os Estados Unidos no período.

Por Redação – de Brasília

Sem alívio das tarifas norte-americanas, ao contrário de outros setores produtivos do país, os exportadores de pescados levaram ao vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, a reclamação de que há falta de “prioridade” nas negociações do governo brasileiro com Washington. Desde agosto, quando o tarifaço entrou em vigor, o setor já deixou de exportar o equivalente a US$ 250 milhões.

Exportador reclama, mas governo mantém ritmo de negociações com EUA | O ministro Geraldo Alckmin é o porta-voz do governo brasileiro junto à Casa Branca
O ministro Geraldo Alckmin é o porta-voz do governo brasileiro junto à Casa Branca

Empresas do ramo relatam perda de faturamento e encolhimento da margem com a interrupção quase total de embarques para os Estados Unidos no período. Falam também de dificuldades para acessar o crédito emergencial anunciado pelo Executivo e de planos de demissões no setor caso o tarifaço permaneça.

O ministro, por sua vez, abordou os impactos do ‘tarifaço’, as negociações do Brasil com o governo dos EUA e as medidas para ampliar o acesso dos produtos brasileiros àquele mercado durante sua participação na abertura da 3ª edição do Encontro Empresarial Brasil–EUA, semana passada.

 

Crédito

Ainda nesta terça-feira, os exportadores brasileiros atingidos pelo aumento das tarifas de importação anunciadas pelo governo dos Estados Unidos neste ano receberam a notícia de que já tiveram aprovados R$ 9,7 bilhões em linhas de crédito pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) dentro do programa criado pelo governo.

De acordo com balanço divulgado pela instituição, esse recursos foram liberados em linhas de créditos contempladas pelo ‘Plano Brasil Soberano’, criado para atender empresas brasileiras cujas exportações foram afetadas pela política tarifária imposta pelo governo dos Estados Unidos. As linhas de crédito atenderam 717 operações. Desses empréstimos, 171 foram voltados para grandes empresas e 546 para micro, pequenas e médias empresas.

Segundo o BNDES, desde 21 de novembro, quando foi aberta uma nova consulta de elegibilidade para fornecedores e empresas exportadoras, 267 protocolos foram criados. A soma do crédito demandado nas diversas linhas disponíveis alcança R$ 4,55 bilhões.

 

Sobretaxa

Inicialmente, foram disponibilizados R$ 30 bilhões provenientes do Fundo Garantidor de Exportações (FGE). O programa originalmente era voltado para empresas que fossem impactadas por uma tarifa de 50% e cujo faturamento bruto com exportações aos Estados Unidos fosse igual ou superior a 5% do total apurado entre julho de 2024 e junho de 2025.

Após mudanças no programa, em novembro, passaram a ter acesso ao crédito as empresas cujas exportações para os EUA representassem pelo menos 1% do faturamento total. O apoio aos exportadores também foi estendido aos fornecedores dos exportadores. Cabe à Receita Federal, juntamente com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, informar ao BNDES quais são as empresas elegíveis.

Outros R$ 10 bilhões foram alocados para a concessão de crédito a empresas que exportam produtos atingidos com tarifas menores que 50%. Essas linhas incluem recursos do BNDES.

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