O novo envio de tropas para a região do Golfo Pérsico inclui também equipamentos como mísseis Patriot, sistemas de reconhecimento aéreo e tropas adicionais.
Por Redação, com Sputnik e DW- de Washington
O presidente dos EUA, Donald Trump, autorizou o Departamento de Defesa dos EUA a enviar mais militares para o Oriente Médio com o objetivo de conter ditas ameaças vindas do Irã, divulgou a mídia nesta sexta-feira.
Trump afirmou a repórteres que autorizou o envio de cerca de 1,5 mil homens à região.
O novo envio de tropas para a região do Golfo Pérsico inclui também equipamentos como mísseis Patriot, sistemas de reconhecimento aéreo e tropas adicionais, afirmou a emissora CNN.
A administração de Donald Trump está considerando o uso da declaração de emergência para continuar vendendo armas para a Arábia Saudita, apesar dos esforços do Congresso para bloquear a medida, afirmou a emissora.
As tensões entre Irã e Estados Unidos aumentaram recentemente após a saída unilateral de Washington do Plano Conjunto de Ação Integral (JCPOA), o acordo iraniano.
Com a escalada na tensão diplomática, os países tem trocado ameaças. Os EUA reforçaram sua presença militar na região com bombardeiros B-52, caças F-15 e mísseis Patriot.
Já o Irã afirmou que não em interesse em guerra com os EUA, mas que responderá caso seja atacado.
EUA reconhecem morte de criança imigrante
As autoridades dos Estados Unidos foram forçadas a reconhecer na quinta-feira a morte, em setembro do ano passado, de uma criança migrante de 10 anos vinda de El Salvador e que estava sob custódia da polícia americana em um centro de detenção na fronteira.
A menina salvadorenha é o sexto caso conhecido de menores que morreram sob custódia das autoridades americanas após cruzarem a fronteira nos últimos oito meses. A morte não foi comunicada pelas autoridades quando aconteceu e só veio a público nesta quarta-feira, após uma reportagem da emissora CBS News.
O porta-voz do Departamento de Segurança Interna norte-americano (DHS, na sigla em inglês), Mark Weber, confirmou nesta quinta-feira a morte da menina, que ocorreu antes ainda dos outros cinco casos já comunicados pelas autoridades.
Weber disse que a criança, que não foi identificada, ingressou em um centro do Escritório de Reassentamento de Refugiados (ORR, na sigla em inglês) no Texas em março de 2018 num estado "médico frágil" e teve problemas cardíacos congênitos.
Após complicações em uma cirurgia, a menina entrou em coma e chegou a ser transferida para um hospital infantil no Nebraska, onde acabou morrendo em 29 de setembro de 2018 "devido a febre e dificuldade respiratória", afirmou o porta-voz, cujo órgão é responsável por cuidar de menores desacompanhados.
O secretário interino de Segurança Interna, Kevin McAleenan, reconheceu nesta quinta-feira em audiência no Senado que nem todas as crianças detidas pelo governo têm acesso a um pediatra, mas assegurou que o DHS está fazendo um "grande esforço" para que todos os migrantes que chegam à fronteira passem por um profissional de saúde.
– Há um enorme esforço na fronteira para proteger as crianças, e sei que salvamos dezenas de vidas nos últimos meses – defendeu McAleenan.
A omissão da morte por parte do governo norte-americano gerou indignação em grupos de defensores dos direitos de migrantes, como o Families Belong Together. "Uma tragédia debaixo dos nossos olhos: a notícia de que uma menina de 10 anos de El Salvador morreu sob a custódia da imigração norte-americana é simplesmente indignante", afirmou Jess Morales, presidente do grupo.
– É inaceitável que o país esteja ouvindo sobre essa tragédia pela primeira vez oito meses após a morte dela, e isso levanta sérias questões sobre quantas outras mortes de crianças migrantes o governo (Donald) Trump ou não sabe ou não se importa ou está escondendo debaixo do tapete – acrescentou a ativista.
A revelação segue o anúncio recente da morte de outro jovem migrante no começo desta semana. Carlos Hernández Vásquez, de 16 anos, um menor desacompanhado da Guatemala, foi encontrado morto sob custódia da imigração norte-americana no sul do Texas.
O adolescente fora detido pelas autoridades norte-americanas em 13 de maio após ter atravessado ilegalmente a fronteira dos Estados Unidos, e foi levado para um centro de detenção na cidade fronteiriça de Mcallen.
Dias depois, em 19 de maio, foi diagnosticado com gripe. Carlos seria transferido para um quartel da polícia fronteiriça em Weslaco, no Texas, supostamente para impedir a propagação da doença entre outros migrantes, mas, na segunda-feira, foi encontrado sem sinais vitais. A causa oficial da morte não foi divulgada.
O secretário interino de Segurança Interna garantiu que o adolescente recebeu cuidados médicos e afirmou que as autoridades norte-americanas estão investigando sua morte internamente.
Carlos é a quinta criança da Guatemala a morrer sob custódia norte-americana nos últimos oito meses. Wilmer Josué Ramírez Vásquez, de 2 anos, morreu no início deste mês após ser levado pelas autoridades e adoecer. Juan de León Gutiérrez, 16 anos, que viajava sozinho, morreu em 30 de abril após também adoecer num centro de detenção no Texas.
Felipe Gómez Alonzo, de 8 anos, morreu em dezembro de 2018 no Novo México por conta de uma doença adquirida sob custódia. E Jakelin Caal Maquin, de 7 anos, morreu no mesmo mês após contrair sepsia após ser levada pelas autoridades.
Cresceu nos últimos meses o número de migrantes, principalmente famílias e menores desacompanhados vindos da América Central, que chegam à fronteira dos Estados Unidos com o México.
As autoridades prenderam quase 99 mil migrantes sem documentos na fronteira somente em abril, o maior número dos últimos seis meses, dos quais 8,9 mil eram menores viajando sozinhos. Com isso, chega a 460 mil o número de detenções de migrantes na fronteira norte-americana com o México desde outubro do ano passado.