BC anunciou mudanças em sua forma de atuar no mercado de câmbio com vias a trocar posição cambial em contratos de swap tradicional por dólares à vista
Por Redação, com Reuters - de São Paulo
O dólar recuava ante o real nesta quinta-feira, após decisão do Banco Central do Brasil de mudar sua forma de atuar no câmbio, mas ainda monitorando o exterior, onde prevalecia a aversão ao risco ligada a temores de uma recessão global.
Às 9:27, o dólar recuava 0,37%, a R$ 4,0254 na venda. Na véspera, o dólar encerrou em alta de 1,86%, a 4,0405 reais na venda, fechando acima de R$ 4 pela primeira vez desde maio.
O dólar futuro de maior liquidez cedia por volta de 0,7% neste pregão.
O Banco Central anunciou na noite de quarta-feira mudanças em sua forma de atuar no mercado de câmbio, com vias a trocar posição cambial em contratos de swap tradicional por dólares à vista, formalizando novo modelo de intervenção cambial para aprimoramento do uso dos instrumentos disponíveis.
Será a primeira vez que o BC ofertará dólares das reservas sem compromisso de recompra desde fevereiro de 2009, conforme assessoria do BC. O BC não disponibiliza swaps reversos desde novembro de 2016.
O BC informou que, de 21 a 29 de agosto, fará ofertas simultâneas de US$ 550 milhões à vista e de igual montante em contratos de swap cambial reverso.
A atuação simultânea visa trocar, por dólar à vista, um total de US$ 3,8445 bilhões em swaps cambiais tradicionais que expiram em outubro e que ainda não foram rolados pelo BC.
A queda da Selic para mínimas recordes e a expectativa de que a taxa básica de juros atinja patamares ainda mais baixos até o fim do ano não são os únicos motivos para a mudança no “modus operandi” do BC na forma de atuar no câmbio, mas certamente estão entre os mais básicos para essa alteração no modelo de intervenção, que passará a privilegiar o mercado à vista.
Além disso, o Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 11 mil contratos de swap cambial tradicional, correspondentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento outubro de 2019.
Alta do dólar na véspera
Na quarta-feira, a moeda norte-americana subiu fortemente ante o real, superando a marca de R$ 4 logo após a abertura, com cautela renovada no exterior em função de dados econômicos fracos vindos da China e Alemanha, abandonando o otimismo da véspera após os Estados Unidos adiarem a imposição de tarifas sobre alguns produtos chineses.
Às 10:25, o dólar avançava 0,94%, a R$ 4,0040 na venda. Na véspera, o dólar fechou em queda de 0,42%, R$ a 3,9669 na venda.
O dólar futuro de maior liquidez avançava por volta de 0,9% neste pregão.
Após razoável alívio na terça-feira, quando os Estados Unidos adiaram a imposição de tarifas sobre alguns produtos da China para 15 de dezembro, ante data inicial de 1º de setembro, a cautela voltou a prevalecer nos mercados nesta quarta-feira.
Dados divulgados pela China mostraram que a economia asiática piorou mais do que o esperado em julho, com o crescimento da produção industrial desacelerando para uma mínima de mais de 17 anos, efeito da intensificação da guerra comercial com os EUA sobre empresas e consumidores.
Entretanto, conforme pontuam investidores, os dados podem ter efeito misto.