Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Discussões por cessar-fogo na Faixa de Gaza não avançam

Um responsável do Hamas respondeu que o processo de negociações com Israel “não ficará aberto indefinidamente” e insistiu na retirada do Exército israelense do enclave. As negociações no Cairo para obter uma trégua no conflito continuam pelo terceiro dia consecutivo.

Quarta, 06 de Março de 2024 às 08:23, por: CdB

Um responsável do Hamas respondeu que o processo de negociações com Israel “não ficará aberto indefinidamente” e insistiu na retirada do Exército israelense do enclave. As negociações no Cairo para obter uma trégua no conflito continuam pelo terceiro dia consecutivo.

Por Redação, com CartaCapital - de Gaza

O presidente dos EUA, Joe Biden, fez um apelo na terça-feira ao Hamas para que aceite um cessar-fogo na Faixa de Gaza, antes do Ramadã, para resolver as difíceis negociações travadas pelos mediadores que tentam alcançar uma trégua entre Israel e o movimento islâmico palestino.

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Um responsável do Hamas disse terça-feira que o processo de negociações com Israel para uma trégua em Gaza “não ficará aberto indefinidamente”

Um responsável do Hamas respondeu que o processo de negociações com Israel “não ficará aberto indefinidamente” e insistiu na retirada do Exército israelense do enclave. As negociações no Cairo para obter uma trégua no conflito continuam pelo terceiro dia consecutivo.

Joe Biden disse terça-feira que “é necessário um cessar-fogo” em Gaza antes do início do Ramadã, ao mesmo tempo que mantém a pressão sobre Israel para permitir a entrada de mais ajuda humanitária no enclave ameaçado pela fome.

O presidente norte-americano afirmou que a situação se tornaria “muito perigosa” em Israel e particularmente em Jerusalém, se as hostilidades continuassem durante o mês sagrado do Islã, que começa em 10 ou 11 de março.

– Está nas mãos do Hamas – disse o presidente norte-americano durante uma breve conversa com a imprensa, em Camp David, antes de embarcar em seu avião para voltar a Washington.

Ele acrescentou que “os israelenses cooperaram” e que estava sobre a mesa uma proposta “razoável” para permitir a libertação de reféns em troca de prisioneiros palestinos, acompanhada de uma trégua nos combates.

– Devemos levar mais ajuda para Gaza, não há desculpas – reiterou também Joe Biden terça-feira a Israel. “Estou trabalhando muito” com as autoridades israelenses, voltou a dizer o presidente norte-americano. Benny Gantz, membro do gabinete de guerra israelense, se encontra atualmente em Washington.

O centrista, grande rival do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, não se encontrou com Joe Biden, mas se reuniu na segunda-feira com seu conselheiro de segurança nacional, Jake Sullivan, e com a vice-presidente Kamala Harris, antes de se reunir terça-feira com o líder da diplomacia Antony Blinken.

Surto de violência no Ramadã

– Tivemos uma boa reunião – comentou apenas Benny Gantz ao deixar o Departamento de Estado. “Temos uma oportunidade (de alcançar) um cessar-fogo imediato que poderá trazer reféns para casa, permitir um aumento significativo da ajuda humanitária aos palestinos que dela necessitam tão desesperadamente, e que poderá criar também as condições para uma resolução duradoura” do conflito, disse Antony Blinken na terça-feira durante uma reunião com o primeiro-ministro do Qatar em Washington.

– Cabe ao Hamas decidir se está pronto para apoiar este cessar-fogo – acrescentou.

Mediadores egípcios, americanos e catarianos tentaram na terça-feira no Cairo obter um acordo dos dois campos antes do início do mês de jejum.

Washington está preocupado com um possível surto de violência durante o Ramadã. O governo israelense anunciou nesta terça-feira que vai autorizar o acesso à esplanada das Mesquitas como nos “anos anteriores”.

Os Estados Unidos fizeram apelos a Israel para garantir o acesso à mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém Oriental, para os fiéis muçulmanos. Os americanos, principais aliados de Israel, também levantaram a sua voz nos últimos dias face à situação humanitária cada vez mais catastrófica na Faixa de Gaza.

Negociações “não ficarão abertas indefinidamente”

Um responsável do Hamas disse terça-feira que o processo de negociações com Israel para uma trégua em Gaza “não ficará aberto indefinidamente”.

– Não permitiremos que o caminho das negociações fique aberto indefinidamente enquanto a agressão e a fome organizada contra o nosso povo continuarem – disse Osama Hamdan numa coletiva de imprensa em Beirute.

– O inimigo não obterá através da mesa de negociações o que não conseguiu obter no campo de batalha – continuou Hamdane.

– A segurança e a proteção do nosso povo só serão garantidas com um cessar-fogo permanente, o fim da agressão e uma retirada de cada centímetro quadrado da Faixa de Gaza, (…) nenhum processo de troca de reféns não pode ocorrer antes – insistiu.

No âmbito das negociações, o Hamas exige, em particular, a retirada das tropas israelenses da Faixa de Gaza, o regresso dos deslocados de Gaza ao norte deste território e a entrada de ajuda humanitária para a população ameaçada de fome no território palestino sitiado, de acordo com uma fonte próxima ao movimento islâmico palestino.

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