A declaração, nesta terça-feira, ocorreu durante uma sessão do Senado que homenageava a democracia. Quase 20 anos depois de deixar a vida pública após um processo de cassação, Dirceu voltou ao Congresso em lugar de destaque.
Por Redação - de Brasília
Ex-deputado e ex-ministro, o militante petista José Dirceu (PT) declara-se favorável a uma intensa reforma nas estruturas militares do país, como mecanismo para garantir que a nação permaneça a salvo de uma nova tentativa de golpe.
A declaração, nesta terça-feira, ocorreu durante uma sessão do Senado que homenageava a democracia. Quase 20 anos depois de deixar a vida pública após um processo de cassação, Dirceu voltou ao Congresso em lugar de destaque.
— Desde que a Câmara cassou meu mandato, que o povo me deu pela terceira vez, eu nunca mais voltei ao Congresso. Mas acredito que João Goulart merecia e merece minha presença aqui — disse, ao iniciar o seu discurso.
Candidato
Após enfrentar um período de intenso escrutínio judicial, especialmente durante a Operação Lava Jato, o ex-ministro conseguiu se livrar das acusações. Com isso, ele volta ser considerado pelo PT como um potencial candidato em futuras eleições.
A frase inicial, vale ressaltar, foi a única dedicada ao passado. Durante cerca de 15 minutos, Dirceu discorreu sobre a memória das lutas populares contra a ditadura e sugeriu estratégias para assegurar a manutenção da democracia, que vê ainda ameaçada.
— Não basta a despolitização e a volta dos militares aos quartéis, isso já aconteceu em 1988. Vamos lembrar que a maioria do Estado-Maior do Exército foi para o governo… o comprometimento das Forças Armadas e do governo Bolsonaro com o 8 de Janeiro está aí. É preciso então ir á questão principal: que é a Educação nas escolas de formação militares, a promoção e a prevalência do Poder Civil do presidente da República sobre o Poder Militar — concluiu.